Cauã também está entre os nomes mais usados, aponta IBGE

O nome do galã cresceu 3.924% entre os homens, mas ainda é superado por José, João e Lucas

Márcia Maria Cruz

Ator global inspirou nomes de bebês nos últimos anos - Foto: Aveda/Divulgação

Nem o rei do futebol, nem o herói nacional mais amado do Brasil são páreo para Cauã Reymond. O galã só é desbancado pelo pai de Jesus ou por dois evangelistas. Há mais crianças com o nome de Cauã do que Pelé e Ayrton. O ator só não ganha de José, João e Lucas. Isso é o que indica o Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que fez levantamento inédito sobre os nomes mais frequentes do país. Entre homens, José lidera a lista ao nomear 5,7 milhões de brasileiros. Entre as mulheres, o nome mais usado é Maria. Elas são mais de 11,7 milhões no país.
Mas quando o assunto é registrar os filhos, os brasileiros são criativos, como demonstra o levantamento que identificou 130.348 nomes diferentes.

 Um dos hits dos anos 2000 repetiu exaustivamente o nome que fez sucesso nos cartórios. A escolha de Los Hermanos por Ana Júlia também demonstra um sucesso entre os pais. Nessa década, Ana (117.110) superou Maria (107.470). A estudante Ana Cláudia Abascal Gobetti, que as pessoas chamam pelo primeiro nome, Ana, de 23 anos, conta que sofreu com as longas listas de nomes no colégio. “Na escola, a chamada é em ordem alfabética e era Ana atrás de Ana: Ana Bárbara, Ana Beatriz, Ana Carolina”, diz percebendo que tem um nome da moda. A jovem, que estuda engenharia e joga basquete, explica que o nome foi escolhido porque o pai gostava de Cláudia e a mãe desejava que a filha tivesse um nome composto, o que resultou em Ana Cláudia. “Alguém sempre grita Ana na rua e eu olho para trás, mas nem sempre é comigo”, contou. Para os meninos, os preferidos foram João (80.828), Gabriel (62.861), Pedro (53.113) e Lucas (49.603).

Desde a década de 1930, por costume ou por fé, Maria e José não saem das listas dos mais populares. Como cantou Renato Russo, muitos pais quiseram filhos com nomes de santos. Mas de tempos em tempos, as celebridades seduzem os pais que nomeiam os filhos como ídolos ou até mesmo com os nomes que esses escolheram para os rebentos. Na década de 1990, a opção pelo nome Dora cresceu 4.592% devido a uma personagem de Cristiana Oliveira na novela Kananga do Japão. Na década de 2000, não teve para ninguém. Cauã reinou absoluto, com um crescimento de 3.924%.

Os esportistas também inspiram.
O auge de Pelé foi na década de 1960. O apelido do atacante do Flamengo Arthur Antunes foi escolhido por muitos pais na década de 1990. Zico nomeou 300 pessoas. Romário, em referência ao atacante da Seleção Brasileira, cresceu 278% na década de 1990. Nessa década, em que Ayrton Senna brilhou nas pistas, o nome do piloto cresceu 269% nas preferências.

Muitos nomes caem em desuso. Alzira, Oswaldo, Geralda, Severina, Avelino e Waldemar são escolhidos por poucos pais. Antes da década de 1930, Alzira aparecia 8.132 vezes. Nos anos 2000, apenas 288. Alguns nomes marcam décadas: Nos anos 1950, muitas meninas receberam os nomes de Terezinha (84.879) e Neusa (36.327), e muitos meninos de Severino (39.475) e Benedito (54.451). Os nomes que deverão marcar os anos 2000 são Rian (41.968), Enzo (22.420), Kailane (22.420) e Sophia (19.226).

O projeto Nomes no Brasil tomou como referência listas de moradores dos domicílios em 31 de julho de 2010, data-base do Censo 2010. Clique aqui para conferir qual a incidência de seu nome no Brasil. 

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