“Não sabia que o obelisco da Praça Sete esteve exposto na Savassi por quase duas décadas, de 1963 a 1980”, disse, surpreso, o vendedor Maurício Rodrigues, de 46 anos, enquanto lia a informação num totem instalado pela Prefeitura de Belo Horizonte na Praça Diogo de Vasconcelos, no cruzamento das avenidas Getúlio Vargas e Cristóvão Colombo.
O totem faz parte de um projeto da Fundação Municipal de Cultura que, entre outros objetivos, resgata a história de praças da cidade. As peças medem cerca de dois metros de altura, são fixadas no chão, têm fotos antigas e informações em português e em inglês.
Leia Mais
Rua da Bahia começa a ganhar totens com informações sobre prédios e ícones históricosConheça a história do mineiro que mora dentro de um fuscaFerrovias que contam história da ocupação do país são consumidas por roubos e ferrugemLavras instala totem para carregar celular a base de energia solar Exposição retoma detalhes do planejamento e construção de Belo HorizonteA arquiteta e restauradora Mariana Brandão, da Fundação Municipal de Cultura, explica que a ideia surgiu a partir do projeto Bahia revelada – sinalização interpretativa do patrimônio cultural de BH, por meio do qual a prefeitura instalou totens ao longo da rua homônima.
“Em conversa com a Belotur (empresa municipal de turismo), entendemos que alguns espaços, como praças e o Mercado Central, também são importantes para o turismo”, acrescentou Mariana, adiantando que a Praça Raul Soares também receberá um totem, mas numa fase posterior, quando o conjunto arquitetônico da Rua Olegário Maciel, do qual faz parte, for contemplado.
Os totens instalados nas praças fazem os mais antigos voltarem no tempo. No da Praça Sete, uma das fotos, em preto e branco, mostra a instalação do obelisco, apelidado de Pirulito e desenhado pelo arquiteto Antônio Gonçalves Gravatá. A obra foi construída em Betim, na Grande Belo Horizonte.
No princípio da década de 1960, o Pirulito foi transferido para a Praça da Savassi. Ficou lá por 17 anos e retornou diante da pressão popular. Mas a Praça Sete, como informa o totem, tem outras curiosidades. O nome original do lugar era Praça Doze de Outubro, alusão à chegada de Cristóvão Colombo (1451-1506) à América, em 12/10/1492.
O nome original foi alterado, em 1922, durante as festas em comemoração ao primeiro centenário da Independência do Brasil. Naquela época, a Praça Sete era o como era registrada a atual Coronel Benjamim Guimarães, em alusão à memória do industrial e banqueiro mineiro, no cruzamento da Afonso Pena com Getúlio Vargas.
Lá também foi instalado um totem. A Benjamim Guimarães é mais conhecida como Praça ABC, também em razão de uma padaria homônima que funcionou no lugar até 2010. O advogado Marcelo Armando, de 52, mora num arranha-céu no quarteirão vizinho. Ele achou curioso a história da área: “Nunca imaginei que aqui, um dia, foi a Praça Sete”.
A quatro quarteirões de lá, na Savassi, o totem instalado na Diogo de Vasconcelos traz outras curiosidades, além da presença do obelisco mais famoso do estado. O lugar, antes de ser batizado com o nome atual, era a Praça 13 de Maio, numa alusão à data do fim da escravidão no país.
MERCADO CENTRAL Além das praças, a prefeitura também instalou um totem no Mercado Central, um dos pontos turísticos mais movimentados da capital. “Construído no local do antigo estádio do América Futebol Clube, o Mercado Municipal foi criado em 1929, em substituição ao velho mercado localizado próximo à Praça Rio Branco, onde atualmente é a rodoviária”, informa o totem. A justificativa para a mudança era a demanda por alimentos e a necessidade de ocupar aquela área da cidade.