O surto de dengue no estado – que até o momento já registrou 371.275 casos prováveis e 62 óbitos – começa a dar sinais de desaceleração. Dados do último balanço epidemiológico do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) apontam retração no número de novos casos em Minas. A redução vem desde março na comparação com fevereiro (4,56%) e chegou a 77,7% se comparados os primeiros 25 dias de abril com o registro do mês passado. A queda, tida como natural para o período, devido à baixa nas temperaturas e à menor incidência de chuvas, não significa, no entanto, que é possível relaxar o nível de alerta na saúde. Com 87 casos graves de influenza e aumento no número de mortes pela doença até este mês (23 vítimas, 14 delas por H1N1) em relação a todo o ano passado (15), começa um novo desafio: proteger a população das infecções respiratórias características do outono e inverno, a exemplo da gripe H1N1, e ainda permanecer vigilante quanto ao Aedes aegypti. Isso porque o transmissor da dengue, zika e chikungunya não dá trégua e continua agindo durante todo o ano, mesmo quando há circulação menor de mosquitos.
Neste ano, até 16 de abril, foram registrados 1.635 casos graves de influenza de todos os tipos no Brasil. Deste total, 83% (1.365) foram pelo subtipo influenza A (H1N1), sendo 230 óbitos (do total de 250 mortos por gripe), com registro de um caso importado (vírus contraído em outro país). Em Belo Horizonte, os dados de 2016 também chamam a atenção para a síndrome respiratória aguda grave causada por influenza. São 15 casos de influenza (A e B) até abril, contra cinco no mesmo período de 2015. A capital já acumula quatro mortes pela doença (três de moradores de outros municípios). Gerente de Vigilância em Saúde, Maria Tereza da Costa Oliveira explica que a secretaria está atenta para avaliar o aumento do número de consultas e internações por gripe. “Essa é uma preocupação que temos todos os anos e que já começou, uma vez que o outono e inverno têm prevalência das doenças respiratórias”, afirma, lembrando que maio e junho concentram picos de casos.
Ela destaca ainda que BH, assim como todo o país, já deu início à sua campanha de vacinação contra os três subtipos de vírus influenza, na última segunda-feira. A expectativa da Secretaria Municipal de Saúde é vacinar 100% do público-alvo, que soma 669.260 pessoas. No ano passado, a campanha atingiu 92% desse contingente e chegou a 615.479 vacinados. O serviço estará disponível até 20 de maio.
Apesar de afirmar que tanto a dengue quanto as influenzas têm o mesmo peso de atenção na rede, a gerente explica que, dependendo da evolução dos casos de dengue, alguns serviços podem ser reduzidos, caso haja queda no caso das enfermidades transmitidas pelo Aedes aegypti, o que ainda não se verifica em BH. “O mosquito se reproduz durante todo ano e seu ovo é muito resistente, o que faz com que o perigo se mantenha. Mas, claro, com menos quantidade de chuva nos próximos meses, a transmissão será menor e, a partir de um certo momento, pode ser possível diminuir as ações, mesmo sem nunca interromper o serviço. Vamos analisar a evolução dos casos”, disse.
MOBILIZAÇÃO No estado, as estatísticas mostram que, mesmo com a redução no número de novos casos de dengue, também há motivo para manutenção do alerta. Minas tem 34% dos doentes por dengue de todo o país, ainda aparece em primeiro lugar em número de diagnósticos e com incidência de 1.332,5 casos por 100 mil habitantes – a maior entre todos os estados da federação. Dos 802.429 registros de dengue que aparecem no balanço nacional até 2 de abril, 463.807 estão no Sudeste, sendo 278.071 mil em Minas.
O diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, explica que desde o fim de fevereiro a pasta vem observando redução no número de casos e afirma que essa é uma tendência esperada para as próximas semanas, devido a ações de combate ao Aedes aegypti. Campanário, no Vale do Rio Doce, que já foi apontada como a “capital da dengue” em Minas – por apresentar, por mais de um mês, maior incidência entre todas as cidades brasileiras com população menor que 100 mil habitantes –, não ocupa mais o posto no ranking e nas quatro últimas semanas não registrou nenhum diagnóstico de dengue.
Neste ano, até 16 de abril, foram registrados 1.635 casos graves de influenza de todos os tipos no Brasil. Deste total, 83% (1.365) foram pelo subtipo influenza A (H1N1), sendo 230 óbitos (do total de 250 mortos por gripe), com registro de um caso importado (vírus contraído em outro país). Em Belo Horizonte, os dados de 2016 também chamam a atenção para a síndrome respiratória aguda grave causada por influenza. São 15 casos de influenza (A e B) até abril, contra cinco no mesmo período de 2015. A capital já acumula quatro mortes pela doença (três de moradores de outros municípios). Gerente de Vigilância em Saúde, Maria Tereza da Costa Oliveira explica que a secretaria está atenta para avaliar o aumento do número de consultas e internações por gripe. “Essa é uma preocupação que temos todos os anos e que já começou, uma vez que o outono e inverno têm prevalência das doenças respiratórias”, afirma, lembrando que maio e junho concentram picos de casos.
Ela destaca ainda que BH, assim como todo o país, já deu início à sua campanha de vacinação contra os três subtipos de vírus influenza, na última segunda-feira. A expectativa da Secretaria Municipal de Saúde é vacinar 100% do público-alvo, que soma 669.260 pessoas. No ano passado, a campanha atingiu 92% desse contingente e chegou a 615.479 vacinados. O serviço estará disponível até 20 de maio.
Apesar de afirmar que tanto a dengue quanto as influenzas têm o mesmo peso de atenção na rede, a gerente explica que, dependendo da evolução dos casos de dengue, alguns serviços podem ser reduzidos, caso haja queda no caso das enfermidades transmitidas pelo Aedes aegypti, o que ainda não se verifica em BH. “O mosquito se reproduz durante todo ano e seu ovo é muito resistente, o que faz com que o perigo se mantenha. Mas, claro, com menos quantidade de chuva nos próximos meses, a transmissão será menor e, a partir de um certo momento, pode ser possível diminuir as ações, mesmo sem nunca interromper o serviço. Vamos analisar a evolução dos casos”, disse.
MOBILIZAÇÃO No estado, as estatísticas mostram que, mesmo com a redução no número de novos casos de dengue, também há motivo para manutenção do alerta. Minas tem 34% dos doentes por dengue de todo o país, ainda aparece em primeiro lugar em número de diagnósticos e com incidência de 1.332,5 casos por 100 mil habitantes – a maior entre todos os estados da federação. Dos 802.429 registros de dengue que aparecem no balanço nacional até 2 de abril, 463.807 estão no Sudeste, sendo 278.071 mil em Minas.
O diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, explica que desde o fim de fevereiro a pasta vem observando redução no número de casos e afirma que essa é uma tendência esperada para as próximas semanas, devido a ações de combate ao Aedes aegypti. Campanário, no Vale do Rio Doce, que já foi apontada como a “capital da dengue” em Minas – por apresentar, por mais de um mês, maior incidência entre todas as cidades brasileiras com população menor que 100 mil habitantes –, não ocupa mais o posto no ranking e nas quatro últimas semanas não registrou nenhum diagnóstico de dengue.
Sem baixar a guarda contra os mosquitos
O período de menor circulação do Aedes aegypti não deve representar a redução dos cuidados da população com a proliferação do mosquito. Quem alerta é o infectologista Carlos Starling, lembrando que a dengue é uma doença que persiste durante todo o ano. “Estamos falando apenas de uma circulação menor do mosquito, mas isso não quer dizer que ele sumiu. Temos dengue o ano inteiro e, portanto, os cuidados devem ocorrer durante o ano todo também. Sabemos que os mosquitos continuam depositando os ovos e que eles permanecem em latência durante um longo período para eclodir na época da chuva”, comenta.Ainda de acordo com o especialista, o momento em que mosquito está mais vulnerável é o ideal para que os cuidados sejam ampliados.
Apesar dos dados em queda, a Secretaria de Estado da Saúde também alerta para a necessidade de manter os cuidados em relação à dengue. “Deve-se manter a casa limpa e sem água parada, para evitar possíveis criadouros, eliminar pratinhos de plantas com água, garrafas PET ou qualquer objeto que facilite o acúmulo de água, além de atentar para o armazenamento e destinação do lixo, manter as calhas livres de entupimento, manter limpos e escovados bebedouros de animais domésticos, entre outros cuidados.”
Entre as cidades mineiras que ainda apresentam números preocupantes da doença, segundo o Ministério da Saúde, estão Belo Horizonte e Contagem. Considerando os municípios com população entre 500 e 999 mil habitantes, Contagem aparece em primeiro lugar no ranking, com 2.755,1 casos por 100 mil habitantes. Nas cidades com mais de 1 milhão, o destaque é Belo Horizonte, com incidência de 3.185,9 casos por 100 mil habitantes. BH já confirmou 40.192 diagnósticos e 15 óbitos por dengue. No estado, são 62 mortes confirmadas e 164 investigadas.
Apesar dos dados em queda, a Secretaria de Estado da Saúde também alerta para a necessidade de manter os cuidados em relação à dengue. “Deve-se manter a casa limpa e sem água parada, para evitar possíveis criadouros, eliminar pratinhos de plantas com água, garrafas PET ou qualquer objeto que facilite o acúmulo de água, além de atentar para o armazenamento e destinação do lixo, manter as calhas livres de entupimento, manter limpos e escovados bebedouros de animais domésticos, entre outros cuidados.”
Entre as cidades mineiras que ainda apresentam números preocupantes da doença, segundo o Ministério da Saúde, estão Belo Horizonte e Contagem. Considerando os municípios com população entre 500 e 999 mil habitantes, Contagem aparece em primeiro lugar no ranking, com 2.755,1 casos por 100 mil habitantes. Nas cidades com mais de 1 milhão, o destaque é Belo Horizonte, com incidência de 3.185,9 casos por 100 mil habitantes. BH já confirmou 40.192 diagnósticos e 15 óbitos por dengue. No estado, são 62 mortes confirmadas e 164 investigadas.