Uma das quadrilhas que atuavam no Aglomerado da Serra, o maior conjunto de favelas de Belo Horizonte, foi desmantelada pela Polícia Civil. O grupo é suspeito de participação nos conflitos no local no fim de janeiro e início de fevereiro que fizeram com que Polícia Militar (PM) ocupasse pontos estratégicos e realizasse incursões diárias na região. Os sete integrantes da organização criminosa serão apresentados nesta terça-feira, no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Os alvos foram presos em várias fases da Operação Piracema, realizada pela Polícia Civil. Foram detidos: Wender Wesley Ferreira de Oliveira, conhecido como Peixinho, de 26 anos; Wagner Ferreira de Oliveira, o Nem ou Gay, de 23, irmão de Wender; Hernane Eduardo Fernandes Santos, o Bil, de 31; Jefferson Felipe Pereira Alves, o Gordo, de 27; Deyber Santos Fabrini, o Deibim, de 35; Marcelo da Silva Martins, o Marcelão, de 48; e Gustavo Henrique Ribeiro de Oliveira, o Gustavinho, de 25.
A polícia ainda procura quatro pessoas, que estão com o mandado de prisão em aberto. Nas ações, foram apreendidas drogas, aproximadamente R$ 10 mil em notas falsificadas, carros de procedência duvidosa, dinheiro e 13,5 mil microtubos, que seriam usados para embalar entorpecentes.
A série de tiroteios no aglomerado assustou moradores do conjunto de favelas e bairros próximos no início do ano. Ônibus tiveram o itinerário alterado e postos de saúde foram fechados. Os conflitos começaram, segundo as investigações, quando um rapaz foi baleado ao entrar em uma área comandada por traficantes rivais. A vítima, identificada como Batata, foi atacada quando levava a namorada de moto até a Rua Sacramento.
Em fevereiro, Cleiton dos Santos Silva e Max Batista da Silva, dois supostos traficantes ligados às gangues que disputam os pontos de tráfico na região, foram presos. Segundo a Polícia Civil, após se recuperar, Batata procurou Cleiton, que teria ido atrás de integrantes do grupo da Sacramento para tirar satisfação. Ao suspeito, que teria relação com os líderes do tráfico da Rua Bandonion, na Vila Cafezal, integrantes da gangue rival disseram que não gostariam da presença de "estranhos" na região comandada por eles.
Foragido da Justiça desde 2012, Cleiton é acusado de ser o autor de dois homicídios na Vila Acaba Mundo, Região Centro-Sul da capital, em 2011. Já Max da Silva foi condenado por tráfico e é irmão de Cleiton por parte de pai. Ambos foram presos em um sítio em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, durante uma festa.