Manhã mais fria do ano abre as portas para o inverno

Mesmo faltando mais de um mês para a estação marcada pela queda das temperaturas, população de Belo Horizonte já sentiu o gostinho do que vem por aí a partir de 20 de junho

Gustavo Werneck
As amigas Maria Amélia, Eneli e Eneida aproveitaram o clima frio para tomar um café - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS
O inverno ainda está longe de começar – só mesmo em 20 de junho –, mas os belo-horizontinos tiveram, ontem, uma prévia da estação. De acordo com os meteorologistas, a cidade registrou a manhã mais fria do ano, com os termômetros marcando 11,5 graus entre 6h e 7h. Já ao longo do dia, para surpresa de quem saiu de casa encapotado, a temperatura foi subindo e, à tarde, a máxima atingiu 25 graus. A previsão é de que as madrugadas e as manhãs continuem geladas, variando entre 12 e 15 graus, informa Natália Cantuária, do Instituto PUC Minas TempoClima.


A friagem decorre de uma massa de ar frio que atua sobre Minas desde quinta-feira e vem do Polo Sul. A meteorologista explica que, como não há formação de nuvens neste período, o tempo se manterá estável, portanto, sem chuvas. “Pela manhã, haverá formação de nevoeiros, enquanto as tardes serão ensolaradas. O outono tem características de transição entre o verão e o inverno. Dessa forma, a queda da temperatura é gradativa”, diz Natália.

No Sul do estado, em Maria da Fé, a temperatura mínima registrada foi de 0,4 graus.

Conforme o TempoClima, a umidade relativa do ar ficará em torno de 45%. Há possibilidades de chuvas isoladas apenas no Leste e Norte de Minas. As mudanças bruscas fizeram a população abrir o armário e tirar moletons, cachecóis, mantas e cobertores, sem deixar de lados as bebidas quentes que dão o charme aos dias frios.

Em um café da Savassi, na Região Centro-Sul da capital, as amigas Maria Amélia Maia, moradora do Bairro Santa Efigênia, Eneli Novaes, do Santo Antônio, e Eneida Martins, do Centro, se encontraram para um lanche e para botar o papo em dia. “Realmente, esta manhã fez muito frito. Acordei cedo e fui fazer minha caminhada, às 7h, na Avenida dos Andradas, e senti a diferença”, comentou Maria Amélia. Ela, no entanto, não reclama: “Esse tempo é gostoso e serve para aquecer as amizades, sem falar que a gente fica mais bonita”.
Em torno de xícaras de café com leite e croissants quentinhos, a amigas lembraram que a meia-estação é chique. “Dá para usar um xale, uma echarpe”, contou Eneli, que se considera friorenta e, por isso mesmo, procura se proteger e sair bem agasalhada. Também degustando o croissant, Eneida disse que não sentiu tanto a queda nos termômetros, mas ressaltou a sua predileção pelo frio.

TÍPICA Depois de passar a manhã inteira e parte da tarde em um hospital do Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul, a assistente administrativa Fernanda Oliveira, moradora do Bairro Gameleira, na Região Oeste, atravessou a Praça do Papa de mãos dadas com a filha Helena, de 4 anos. “Saímos de casa bem cedo e estava frio mesmo. A gente sai toda encapotada e depois vai enchendo a mochila com as roupas”, disse Fernanda, enquanto retirava o casaco rosa, de capuz, da pequena. No início da tarde, quando retornava para casa, Fernanda considerou o “dia mais ameno”. E, para “dar uma esquentada”, ela passou bons momentos no parque da Praça do Papa, aproveitando os equipamentos, como escorregador e outros. “Esta é uma manhã típica de inverno”, avaliou a mãe.

No Bairro Belvedere, também na Região Centro-Sul, a baixa temperatura pegou de surpresa a aposentada Tereza Cristina Barbosa Martins Vieira.
Mesmo assim, ela não deixou de passear com os cães de estimação Alfie e Fiona, nas proximidades de casa. “Gosto muito de frio. De manhã, quando meu marido conferiu o termômetro, já estava em 16 graus. Parece que o inverno vai ser muito rigoroso, vamos aguardar”, disse Tereza Cristina apertando o passo para espantar o frio.

 

 

 

 

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