Em uma semana, mais nove pessoas morreram em consequência da dengue. Já são dois óbitos de bebês. Há ainda 153 casos em investigação, relativos a pacientes que morreram sob suspeita da doença, de acordo com o balanço divulgado no começo desta noite pela SES-MG. O número total de pacientes prováveis contaminados pela doença saltou de 371.257 para 402.189, aumento de 8,3% em seis dias.
A faixa etária com maior número de contaminados pela doença é de 20 a 34 anos: de acordo com os dados da SES, são 121.365 pacientes, cerca de 30% do total. Mas são as pessoas acima de 80 anos que menos resistem. Das 4.067 contaminadas (1% do total), 18 morreram (0,4%).
No caso dos idosos, entre 65 e 79 anos somam 21.379 contaminações e 12 óbitos. De acordo com o balanço, 45% dos óbitos são de pessoas acima de 65 anos. Das 71 mortes este ano, 71,8% são de pacientes que apresentavam outras enfermidades associadas, como diabetes e pressão arterial elevada.
Belo Horizonte e Juiz de Fora tiveram 14 mortes cada uma em decorrência da dengue. Na sequência, Itaúna teve quatro óbitos, Divinópolis e Uberaba registraram três cada uma e Além Paraíba, Araxá, Bicas, Contagem, Monte Carmelo, Mutum, Pará de Minas e Ribeirão das Neves duas cada e Abaeté, Araçuaí, Cláudio, Espera Feliz, Estrela Dalva, Ibirité, Morada Nova de Minas, Nova Lima, Ouro Verde de Minas, Patrocínio, Pompéu, Raposos, Recreio, Santo Antônio do Aventureiro, Santo Antônio do Monte, São João Nepomuceno e Sete Lagoas tiveram uma morte cada em decorrência da doença.
Em 2016 já foram analisadas 1.035 amostras para detecção do vírus da dengue, das quais 430 tiveram resultados detectáveis, o que representa positividade de 41,54%. Dessas amostras, 424 identificaram o sorotipo DENV-1 e três amostras detectáveis indicaram DENV-2, estas no município de Uberaba, e três amostras detectáveis para DENV-3, sendo duas em Capitão Enéas e uma em Belo Horizonte.
A dengue é uma doença febril aguda, causada pelos vírus DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4, transmitida pela picada do Aedes aegypti. Em janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou uma vacina contra os vírus, mas ainda não há campanha na rede pública. O mosquito é também vetor das febres chikungunya e zika.
Este ano, de acordo com o balanço da SES, foram confirmados 20 registros de febre chikungunya no estado, com uma morte suspeita de ter sido provocada pela doença. Do total, oito casos são considerados importados e os outros 12 com confirmação laboratorial são de infecções ocorridas em cidades mineiras, sendo duas em Ipatinga, Vale do Aço, nove em Santa Luzia e uma em Contagem, ambas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O paciente de Contagem morreu e as causas estão sendo apuradas.
Zika vírus
Já os casos de zika vírus em Minas somam 2.272 diagnósticos este ano. Destes, 14 foram atestados em laboratório, sendo seis na capital, três em Coronel Fabriciano Vale do Aço, dois em Curvelo (Região Central), dois em Teófilo Otoni (Vale do Mucuri) e um em Cataguases (Zona da Mata), Uberaba (Triângulo), Arcos (Centro-Oeste), Montes Claros (Norte), Ipatinga (Vale do Aço) e Virgem da Lapa (Jequitinhonha). Por critério clínico-epidemiológico, nos municípios com comprovada circulação do vírus, já são 2.253 registros. Do total de casos notificados em 2015, confirmaram-se laboratorialmente apenas três de zika: em BH, Coronel Fabriciano e Sete Lagoas.
Até ontem, a Secretaria de Saúde de Minas havia confirmado que 176 gestantes apresentavam doença aguda, contaminadas pelo zika vírus. Há ainda 495 casos de grávidas em investigação. Foram notificados ainda 102 casos de monitoramento da microcefalia no estado, com 55 descartados e 45 em investigação. Há duas confirmações, sendo um diagnóstico de aborto espontâneo associado a infecção pelo zika, em Sete Lagoas, na Região Central. A outra confirmação de microcefalia tem por base exames de imagem que sugerem infecção congênita, de uma mulher de Montes Claros, no Norte mineiro, porém, sem associação com o vírus. (RB)