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Estado de Minas

Pichação na Igrejinha da Pampulha foi planejada, diz MPMG

O órgão conseguiu provas que indicam o planejamento do crime. A Justiça acatou denúncia contra três homens responsáveis pelo ato de vandalismo. Um está foragido


postado em 04/05/2016 15:08 / atualizado em 04/05/2016 21:45

O trabalho de restauradores para retirar a pichação no templo tombado foi concluído depois de seis dias(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
O trabalho de restauradores para retirar a pichação no templo tombado foi concluído depois de seis dias (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
 

O Ministério Público de Minas Gerias (MPMG) conseguiu provas indicando que a pichação da Igreja de São Francisco de Assis, a igrejinha da Pampulha, tombada pelas esferas municipal, estadual e federal do patrimônio histórico, foi planejada. Três pessoas foram denunciadas por envolvimento no crime, o que foi acatado pela Justiça. Duas delas, Mário Augusto Faleiro Neto, o Maru, de 25 anos, e João Marcelo Ferreira Capelão, o Goma, estão presos. Já Marcelo Augusto de Freitas é considerado foragido. A audiência de instrução sobre o caso está marcada para 7 de julho. Os réus devem ser ouvidos na sessão.

O ataque contra a Igrejinha da Pampulha ocorreu em 21 de março. A capela amanheceu com uma das laterais sujas de tinta azul. Investigações do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim) e do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCOC) conseguiram provas de que a ação foi planejada. Em cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa de Marcelo, que é procurado, foi apreendido um pen-drive contendo o arquivo do “projeto” da pichação, com a inscrição das iniciais C.S., indicando ser ele um dos autores intelectuais do vandalismo, segundo o MPMG. As iniciais se referem a uma gangue de Ibirité, na Grande BH, que tem vínculo com pichadores de outros estados.

O autor da pichação, Mário Augusto, foi preso preventivamente em 7 de abril, em Ibirité. Ele já tinha se apresentado à polícia dias depois de cometer o crime, mas foi ouvido e liberado. Dessa vez, foi encaminhado a um presídio na Grande BH. O jovem confessou o crime. O terceiro envolvido foi preso nessa terça-feira. João Marcelo, o Goma, é apontado com um dos maiores chefes de gangues de pichação em Belo Horizonte. Goma já havia sido alvo de um mandado de busca e apreensão na ocasião da prisão de Maru, no mês passado. Naquela oportunidade, os policiais apreenderam praticamente todo o estoque da loja dele, que comercializa produtos usados nas pichações na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com o MPMG, o estabelecimento era o local onde era feito o planejamento das pichações. Os criminosos adquiriam tintas spray no imóvel sem fazer o cadastro e sem a comprovação da maioridade. Para a promotoria, isso contribuía para a inserção clandestina de grande quantidade de tinta utilizada para a pichação entre os autores dos delitos.

Os três foram denunciados pela prática de pichação em monumento tombado, apologia de fato criminoso, deixar de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental e promover publicidade enganosa ou abusiva. Além disso, vão responder por associação criminosa. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o juiz acatou a denúncia. Os réus serão ouvidos em audiência de instrução marcada para as 15h de 7 de julho.

Limpeza

O trabalho de restauradores para retirar a pichação no templo tombado foi concluído depois de seis dias. Segundo laudo pericial, foram 21,2 metros quadrados de área danificada e os danos causados foram de R$ 34,5 mil. O MPMG pediu a condenação ao ressarcimento desse valor. Se deferido, ele será destinado a um fundo que se destina à reparação de bens lesados.(RB)


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