Em 5 de novembro, a Barragem do Fundão, no Complexo do Germano, pertencente à Samarco, se rompeu, liberando 50 milhões de metros cúbicos de lama.
O promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto ouviu relatos das dificuldades ocasionadas pela queda da atividade econômica na região, como o desemprego, a inadimplência, além de diversos outros problemas sociais gerados pelo rompimento da Barragem do Fundão. “O grupo busca que a empresa possa voltar a operar, com segurança, diminuindo, assim, os impactos ocasionados à população”, informou o Ministério Público.
O promotor esclareceu como tem sido a atuação do Ministério Público neste caso e ressaltou a importância de se ouvir todos os envolvidos. Ele garantiu que a instituição está atenta às demandas locais. “O Ministério Público defende a legalidade no processo de licenciamento do empreendimento, mas é preciso que a operação seja feita com seriedade e dentro dos padrões internacionais de segurança”, afirmou.
De acordo com Carlos Eduardo, o Ministério Público quer a garantia de que a sociedade não será novamente lesada. “O desastre foi fruto de uma irresponsabilidade muito grande. É fundamental que a Samarco, a Vale e a BHP sejam chamadas a se manifestar e comprovar que há condições para a retomada das atividades em Mariana em níveis de segurança internacionais”, reforçou o promotor.
Os rejeitos da barragem desceram como uma onda pelo vale, atingindo primeiramente a Barragem de Santarém, que continha água, depois os distritos marianenses de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, e, na sequência, o município de Barra Longa, as calhas dos rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce, seguindo neste último até chegar ao mar, no Espírito Santo. (RB).