Vacinas contra a gripe devem chegar até sexta

Ministério da Saúde garante abastecimento de medicação preventiva em todos os estados da federação para imunizar idosos e crianças

Landercy Hemerson

  Criança recebe dose da vacina contra o vírus H1N1, no Centro de Saúde Palmeiras. Expectativa de atendimento a todos até sexta-feira - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

O Ministério da Saúde garantiu ontem que não faltará vacina contra a gripe para imunizar o público-alvo da campanha nacional. A pasta informou que até sexta-feira todos os estados terão recebido 100% dos 54 milhões de doses para imunizar as 49,8 milhões de pessoas que fazem parte da meta de proteção contra a doença. O excedente, que neste ano é de mais de 4 milhões de unidades, é chamado de reserva técnica e faz parte da estratégia de vacinação.


Até ontem, segundo a pasta, 49,5 milhões de doses haviam sido entregues aos estados, o que representa 93% do total da campanha. Algumas regiões e estados já receberam 100% das doses, como é o caso da região Norte e de São Paulo, que sofreu um surto da gripe H1N1. A vacina vem sendo enviada em etapas desde 1º de abril. A entrega aos municípios é responsabilidade das secretarias estaduais de Saúde.
Segundo o ministério, a vacina é entregue também em etapas pelo laboratório produtor e, à medida em que chegam as doses, elas são distribuídas. A partir do recebimento das vacinas, os estados podem definir estratégias de contenção, conforme suas análises de risco, para a vacinação da população-alvo. A campanha que acontece em todo o país vai até o dia 20.

“O Ministério da Saúde adquiriu doses em quantidade superior ao público-alvo, o que chamamos de reserva técnica.

Portanto, não há necessidade de correria aos postos de saúde, porque tem vacina para todos que fazem parte dessa parcela da população”, atestou o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi.

Devem tomar a vacina pessoas a partir de 60 anos, crianças de 6 meses a menos de 5 anos, trabalhadores de saúde, povos indígenas, gestantes, mulheres até 45 dias após o parto, pessoas privadas de liberdade, inclusive adolescentes, e os funcionários do sistema prisional. As pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis, que deficiências específicas, também devem se vacinar. Para esse grupo não há meta específica.

De acordo com o ministério, a escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). A definição é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados as parcelas da população mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.

A vacina é considerada segura e, segundo estudos, é capaz de reduz entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias, e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza. “Temos milhões de pessoas vacinadas, não só no Brasil, mas no mundo. Esta é uma vacina de vírus inativado, desta forma não tem capacidade de ocasionar um quadro gripal. O que pode ocorrer é que a pessoa, ao receber a vacina, coincidentemente, pode ter sido acometida por outros tipos de vírus em circulação e que não estão incluídos na vacina, inclusive aqueles que causam resfriados”, explicou a coordenadora Carla Domingues, do ministério.

Até 30 de abril, foram registrados 2.467 casos de influenza de todos os tipos no país, 2.085 deles por influenza A (H1N1), sendo 411 óbitos, com registro de um caso importado (vírus contraído em outro país). O Sudeste concentra o maior número de casos (1.279) influenza A H1N1, sendo 1.130 no estado de São Paulo.

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