O busto do engenheiro e urbanista Aarão Reis (1853-1936), chefe da equipe construtora de BH, está sem identificação. Ele se inspirou em metrópoles da Europa e dos Estados Unidos para planejar a área do perímetro interno da Avenida do Contorno. A capital foi inaugurada, em 12 de dezembro de 1897, como Cidade de Minas – o nome foi alterado para Belo Horizonte em 1901.
Aarão Reis morou na Chácara do Sapo, área hoje ocupada pelo Parque Municipal. O projeto original da cidade previa várias praças e largos. Porém, nem todas as edificações planejadas pelo engenheiro vingaram.
O engenheiro propôs, por exemplo, que a catedral da cidade fosse erguida no alto da Avenida Afonso Pena, no cruzamento com a Contorno. Já o jardim zoológico, se dependesse da vontade do urbanista, seria na Rua da Bahia, no lugar onde hoje funciona o Minas Tênis Clube.
Tanto o zoológico quanto a catedral não saíram do papel em razão da falta de recursos financeiros. O próprio Parque Municipal, onde estão os bustos dos fundadores, era bem maior do que a área atual.
A outra imagem sem placa de identificação é a do político Afonso Pena (1847-1909), ex-presidente (governador) do estado. Foi na gestão dele, em 1893, que teve início a construção da cidade que substituiria Ouro Preto como capital de Minas. A metrópole foi erguida onde existia o arraial do Curral del Rey. Hoje, Afonso Pena batiza uma das principais avenidas de Belo Horizonte.
Os outros dois bustos, ambos com placas de identificação, são o de Augusto de Lima (1859-1934), o então governador que propôs a mudança da capital de Ouro Preto para Belo Horizonte, e o de Bias Fortes (1847-1917), o presidente de Minas Gerais que inaugurou a nova capital. Vale lembrar que a cidade foi inaugurada sem a conclusão de várias edificações previstas no projeto original.
HOMENAGEM A ideia de homenagear os quatro fundadores surgiu por meio de projeto de lei, na década de 1950, na Câmara Municipal. Em 1962, o escultor Hildegardo Leão Veloso (1899-1966) criou os quatro bustos no Rio de Janeiro. As imagens foram enviadas a BH e, em 1963, fixadas na Praça Sete, onde hoje está o obelisco, também chamado de pirulito.
O obelisco, que foi produzido em Betim e já estava na praça mais movimentada da cidade, foi transferido para a da Savassi. A mudança, contudo, não agradou muitos moradores da época. Diante da pressão popular, a prefeitura retornou com o pirulito para o lugar de origem em 1970.
Por sua vez, os bustos foram levados para o anfiteatro do Parque Municipal. Em 2005, as imagens foram levadas para uma área próxima à sede administrativa do parque, onde foi construída a Praça dos Fundadores.
(RG)
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