Moradores reclamam de má conservação de canteiros de avenidas de BH

A grama desapareceu e a terra toma conta de onde deveria haver vegetação. PBH diz que faz manutenção periódica

Junia Oliveira

José Antônio Soares reclama da falta de grama em canteiro da Avenida Afonso Pena perto da Rua Cláudio Manoel - Foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS


Em meio ao corre-corre para atravessar ruas e avenidas, basta um rápido olhar para perceber que os canteiros centrais de Belo Horizonte andam precisando de conservação. No lugar do gramado e de plantas, há grandes extensões de terra, formando buracos sem fim. Seja pela vegetação pisoteada pelos pedestres ou pela manutenção precária, a situação piora no tempo de chuva. O chão batido se transforma em lamaçal, obrigando a quem transita pelo local procurar terreno mais seguro.

Um dos locais mais críticos é o trecho da Avenida Afonso Pena, entre Avenida Getúlio Vargas e Rua Piauí, próximo à Praça ABC, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul da capital. Numa extensão de aproximadamente 100 metros, o largo canteiro é terra pura, sem um naco de grama sequer. No quarteirão de baixo, em direção ao Centro, os buracos são visíveis em vários trechos. Na Getúlio Vargas, o problema se repete, seja no sentido do Bairro Serra ou na outra ponta, a Savassi: falhas nas áreas que deveriam ser verdes. Na Praça Tiradentes, a vegetação rala e seca compõe um cenário de desleixo com trechos totalmente sem grama.

O aposentado José Antônio Soares, de 54 anos, morador de um prédio na confluência da Avenida Afonso Pena com a Rua Cláudio Manoel, observa do apartamento onde mora a degradação do canteiro central e se diz revoltado.

“Esse desleixo ocorre há bastante tempo. A manutenção foi feita algumas vezes, mas não foi para frente. É um descaso total. Além disso, as árvores da região estão precisando de poda urgente”, diz. Para Soares, o problema está ligado a falhas na conservação por parte do poder público. “Por que no Parque Municipal as pessoas pisam na grama e ela não fica degradada?”, questiona.

Conservação A comerciante Vanda Soares de Azevedo, de 42, também critica a conservação. “Não se pode atribuir essas falhas ao cidadão, que atravessa a rua e pisa na vegetação do canteiro central. Na Europa, as pessoas vão a parques e praças, deitam, fazem piquenique no gramado, e ele está sempre ótimo. Ou seja, o poder público cuida”, diz. “Só aqui pisar na grama é sinônimo de degradação e vemos cercas nas áreas verdes das praças impedindo as pessoas de aproveitar esses espaços.”

Na parte central de canteiro da Afonso Pena, na Região Centro-Sul, praticamente não há grama - Foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS
A assessoria da Regional Centro-Sul informou, por meio de nota, que o trabalho de manutenção das canteiros centrais da região é feito periodicamente, de acordo com o cronograma da Gerência de Jardins e Áreas Verdes da Centro-Sul. A manutenção inclui várias intervenções, como cuidados gerais nos jardins, capina e podas de árvores. Acrescentou que para a conservação dos locais, a Prefeitura conta também com a parceria dos colaboradores do Programa Adote o Verde.

Por meio dele, pessoas físicas e jurídicas podem adotar praças, jardins públicos, canteiros centrais de avenidas e parques, passando a manter as áreas com o apoio da administração pública. Informou ainda que “a colaboração de todos os cidadãos é fundamental para a preservação dos espaços públicos da cidade”.
Sobre o trecho da Avenida Afonso Pena, próximo à Praça ABC, a regional disse que os fiscais vão ao local para fazer a vistoria.

 

 

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