Demora de obra de revitalização do Viaduto Santa Tereza revolta comerciantes

Além de afastar clientes de lojas localizadas debaixo do elevado, local é usado como banheiro público à noite e caminhão-pipa não tem acesso para fazer a limpeza

Pedro Ferreira

Comerciantes do edifício e galeria Duque de Caxias, na esquina da Avenida Assis Chateaubriand com Rua da Bahia, debaixo do Viaduto Santa Tereza, no Centro de Belo Horizonte, reclamam da demora de uma obra de revitalização do espaço, que já se arrasta há três anos e causa prejuízos financeiros e danos à saúde.

“Está afastando todos os nossos clientes. Cercaram a obra com tapumes e o local é usado como banheiro público. Não tem como o pessoal chegar aqui por causa da sujeira. Há muito lixo e estão usando isso aqui como banheiro”, denuncia a dona de uma distribuidora de bebidas, Maria Deltina Teixeira dos Santos, de 52 anos. No local também há restaurantes, bares e uma galeria com várias lojas.

De acordo com a comerciante, a cada 15 dias a obra é paralisada e demora a ser retomada. “A gente chega de manhã para trabalhar e não tem nem vontade de abrir as portas. Vira um banheiro a céu aberto.
A gente pede para a prefeitura lavar, mas o caminhão-pipa não consegue passar, por causa da cerca que eles colocaram e da mangueira, que é curta demais”, disse Maria. “A gente está convivendo com tanta sujeira que não sei nem como todo mundo não está doente. Peguei dengue semana passada e tenho certeza que foi aqui. Estamos pedindo socorro pelo amor de Deus à prefeitura. Já era para ter acabado essa obra no final de 2014 e já estamos em 2016”, reclama.

A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que a previsão para a conclusão da obra de revitalização do Viaduto Santa Tereza é neste semestre. “Já foram feitas as reformas dos sanitários, do piso, da quadra de basquete, drenagem, piso em concreto, obstáculos para pista de skate e arquibancada, recuperação das juntas de dilatação e calçada portuguesa”, acrescentou.

Ainda de acordo com Sudecap, estão em andamento e constituem o escopo da obra a recuperação estrutural do guarda corpo e aplicação de revestimento em pó de pedra no mesmo e nos arcos; execução da rede elétrica e iluminação; pintura dos pilares; execução de guarda corpo e corrimão metálico e recuperação estrutural do tabuleiro do viaduto. “Já o plantio de árvores será executado como parte de finalização da obra”, disse.

Também faltam a recuperação do pavimento asfáltico do viaduto e os serviços de recuperação estrutural de concreto no tabuleiro do viaduto na área que pertence à Vale, que será feito assim que houver a liberação da empresa. “A reprogramação do cronograma de execução da obra da implantação do Circuito de Esportes Radicais Santa Tereza e recuperação estrutural do viaduto para o primeiro semestre de 2016 ocorreu em virtude da elaboração de um projeto de iluminação para a parte superior do tabuleiro e da necessidade de se estender o tempo para a recuperação do guarda-corpo e dos passeios”, completa a Sudecap. Serão investidos R$ 4,7 milhões na obra.

Sobre a questão da limpeza, a Sudecap informou que a construtora limpa regularmente o canteiro de obras. “No entanto, a obra tem sido afetada constantemente por atos de vandalismo e até por pessoas que fazem suas necessidades fisiológicas no local”, informou.

(RG)

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