Montes Claros é escolhida para estudo internacional sobre planejamento urbano

Pesquisa coordenada por professor suíço que é consultor da Unesco trata de medidas que podem ser adotadas por cidades de médio porte

Luiz Ribeiro
Vista de Montes Claros, cidade escolhida para estudo internacional de consultor da Unesco - Foto: Luiz Ribeiro/DA Press
Montes Claros (394 mil habitantes, Norte de Minas) foi escolhida para fazer parte de um estudo internacional sobre cidades intermediárias – de até 500 mil habitantes – e que tem por objetivo definir novos critérios para o planejamento urbano. O levantamento envolve um município da Argentina (da província de Buenos Aires), Uadugu (capital da Burkina Faso, na África) e uma cidade da China. Os trabalhos são coordenados pelo professor suiço Jean-Claude Bolay, consultor da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura) e que também integra o corpo docente da Escola Politécnica Federal de Lausanne (Suíça).

A pesquisa de campo em Montes Claros é realizada com a participação de alunos e professores do mestrado em Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Foi firmado um convênio de cooperação entre a Unimontes e a Escola Politécnica da Suiça a fim de viabilizar os estudos na cidade mineira.

“O objetivo do estudo universitário sobre as cidades intermediárias é oferecer aos gestores públicos informações para a elaboração dos planos diretores das cidades, de forma que elas tenham um desenvolvimento sustentável”, afirmou Jean-Claude Bolay, que, recentemente, visitou Montes Claros. Ele proferiu palestra sobre o tema “Planejamento Urbano para as Cidades Intermediárias – Quais Instrumentos para o desenvolvimento sustentável “. Também recebeu dados dos alunos que realizam a pesquisa de campo. Além disso, visitou dois bairros da cidade, o populoso Santos Reis e o Residencial Sul (conjunto habitacional implantado há poucos anos).

Jean-Claude Bolay lembrou que as cidades intermediárias exercem uma forte influência em outros municípios nas regiões onde estão inseridas. Desta forma, salienta, os planos diretores dessas cidades de porte médio devem ser elaborados com a observância de critérios que levem em conta também os aspectos regionais.
“É preciso um planejamento urbano com uma perspectiva mais regional”, disse. “Temos que pensar o planejamento urbano de maneira mais inclusiva no futuro”, completou. Ele disse que o estudo ainda não tem data para ser concluído.

O especialista ressaltou que, há pouco tempo, só existiam estudos sobre o planejamento urbano de grandes cidades. A partir do ano 2000, foram iniciadas pesquisas sobre o crescimento dos municípios pequenos e intermediários. “Percebemos que as cidades intermediárias influenciam na economia global, pois elas desenvolvem um papel muito importante nos níveis regional e nacional”, destacou o consultor da Unesco..