Após tensão por passaporte do pai vencido, Romerinho embarca para os EUA para tratar leucemia

Na fila do check-in em Confins, pai do garoto descobriu que documento de viagem não estava válido, mas jovem conseguiu embarcar com a mãe e a irmã para a Califórnia

Pedro Ferreira Márcia Maria Cruz


Quando tudo parecia certo para a viagem de Romero Junio do Espírito Santo, de 16 anos, para tratamento de leucemia na Califórnia, o pai do garoto, o comerciante Romero Fernandes, de 46, foi informado, quando fazia o check-in no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, que o seu passaporte está vencido desde dezembro.


Romerinho embarcou com a mãe e a irmã caçula para a Califórnia. O pai segue nesta quarta-feira - Foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A PRESS



Os pais chegaram cedo ao aeroporto, com previsão de embarcar às 19h. No entanto, a notícia de que o passaporte estava vencido deixou toda a família apreensiva e exigiu uma operação de emergência para tentar contornar o problema. Os pais tiveram que ir a um cartório de Confins, na Grande BH, para tentar autorização do pai liberando que o filho viaje somente com a mãe, que viaja também com a irmã Carolina, de 8 anos. 

 

Enquanto os pais tentavam resolver o problema com a documentação, Romerinho e a irmã aguardaram no aeroporto em companhia dos avós paternos. Depois de cerca de três horas de apreensão e desespero da família com a possibilidade de não embarcar, a Polícia Federal autorizou a viagem de Romerinho com a mãe e a irmã. O pai seguirá na primeira etapa da viagem até São Paulo. Mas tomará outro voo amanhã para os Estados Unidos. A viagem será possível porque a PF consguirá emitir passaporte em caráter de urgência. 

 

O problema com a documentação foi um embaraço no momento que era de muita comemoração. Dezenas de colegas de escola e amigos do adolescente foram até ao aeroporto para se despedir e desejar boa sorte ao garoto.

 

Há 10 anos o Romerinho luta contra a doença e agora vai fazer um tratamento inédito nos Estados Unidos graças a uma campanha que arrecadou R$ 880 mil.

Foi uma das mais movimentadas e bem-sucedidas campanhas de doações já feitas, que contou com a solidariedade de milhares de desconhecidos, amigos, colegas de escola e artistas diversos. A família deve ficar pelo menos seis meses naquele país. O tratamento no hospital americano vai custar US$ 250 mil, segundo o pai de Romerinho.  A esperança dele é voltar com o filho curado e prestar conta dos gastos. Mesmo com a cura do filho, ele pretende continuar com a campanha para poder ajudar outras pessoas com leucemia que precisam do tratamento. 


Com o alto astral de costume, Romerinho disse levar muita esperança na bagagem. "Levo também todo o amor que recebi durante a campanha. Vou transformar esse amor e essa fé em cura" disse. "Quero voltar curado para ajudar outras pessoas doentes" , completou.

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