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Estado de Minas

População espera que título de patrimônio incentive melhorias na Pampulha

Pessoas ouvidas pela reportagem acreditam que decisão final a ser dada em julho pode alavancar melhores condições e trazer mais turistas


postado em 19/05/2016 06:00 / atualizado em 19/05/2016 08:21

Decisão final que pode garantir o título de patrimônio da humanidade ao Conjunto Moderno da Pampulha sai em 20 de julho(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Decisão final que pode garantir o título de patrimônio da humanidade ao Conjunto Moderno da Pampulha sai em 20 de julho (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Nas pistas de caminhada e de corrida, na ciclovia e nos pontos turísticos espalhados pela orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, a população que mora, frequenta e trabalha na região aprovou o parecer favorável da Unesco ao reconhecimento do Conjunto Moderno da Pampulha como patrimônio histórico da humanidade. A maioria das pessoas ouvidas pela reportagem, porém, espera que o possível título sirva para pressionar órgãos públicos a solucionar problema na orla, em especial a poluição da água. Para moradores e frequentadores, resolver essa questão potencializaria a maior virtude da lagoa: a combinação do cenário cinematográfico com as obras projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

“Esse título seria um incentivo para a preservação da Pampulha e para as pessoas apreciarem o patrimônio que temos dentro de nossa cidade”, opina o empresário Claudio Guimarães, 46 anos, que tem o costume de fazer caminhadas na orla e está na torcida pela conquista. Ele aponta a poluição e a falta de segurança principalmente à noite e como os principais problemas. A paisagem e a facilidade para a prática de esportes são os atributos que mais atraem a instrutora de auto-escola Renata Maciel, 36. “Eu saio do Bairro Ribeiro de Abreu (Nordeste) para frequentar a Pampulha. O que atrapalha é esse esgoto espalhado pela água”, conta ela, que também aposta em mais valorização de todo o espaço se o título de patrimônio cultural da humanidade chegar.

As amigas Ana Paula Rodrigues Souza, 26, e Laura Gomes, 27, moram no Bairro Carlos Prates (Noroeste) e sempre que podem fogem para contemplar a vista da Lagoa da Pampulha. Elas acreditam que se o parecer favorável da Unesco for confirmado, o número de turistas em BH vai aumentar, crescendo também o giro de capital em Belo Horizonte. Elas esperam que um possível título signifique melhores condições no futuro. “Precisamos de mais policiamento e também da oferta de mais serviços. Hoje (ontem) por exemplo, a gente praticamente não encontrou alguma coisa para comer ou beber, já que está mais vazio”, afirma Laura. Ana Paula acrescenta que para o ambiente propício à prática de esportes ficar ainda melhor, a oferta de bikes poderia ser maior.

As amigas Ana Paula e Laura acreditam que é preciso melhorar a segurança e a oferta de serviços(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
As amigas Ana Paula e Laura acreditam que é preciso melhorar a segurança e a oferta de serviços (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)


ATIVIDADES O comerciante Luiz Otávio Silveira, 45, é morador do Bairro Bandeirantes, na Região da Pampulha, conhece bem a rotina da orla e considera a Pampulha o cartão-postal mais importante de Belo Horizonte. “Já nadei e pesquei na lagoa, o ganho seria enorme se essas atividades fossem novamente possíveis. O título de patrimônio da humanidade poderia forçar esses benefícios, que são muito necessários para garantir as melhorias que precisamos na lagoa”, afirma Luiz Otávio.
Frank Bueno gosta da combinação entre ambiente urbano e a natureza na Pampulha(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
Frank Bueno gosta da combinação entre ambiente urbano e a natureza na Pampulha (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)


“Para o turismo vai ser muito bom. As obras de Niemeyer são verdadeiros monumentos, que não encontramos em lugar nenhum do mundo e poderiam ser mais apreciados”, diz o aposentado Ronaldo Antônio Maia, de 68, morador do Bairro Bonfim (Noroeste) que frequenta a lagoa três vezes por semana. O músico Frank Bueno, 38, destaca que a Pampulha é um espaço privilegiado de relação harmoniosa entre a natureza e o ambiente urbano. Porém, ele usa o exemplo de Ouro Preto, para aguardar os resultados de um possível título de patrimônio. “Ouro Preto é patrimônio da Unesco e não acho que teve o respaldo adequado do poder público que deveria”, pontua.

Quem trabalha na Pampulha também acredita que uma provável conquista em julho na Turquia pode ajudar o região a melhorar sua estrutura, como o jardineiro Altamir Alves, 26, que cuida do jardim da Casa do Baile, um dos monumentos projetados por Niemeyer. “Acho que vai encher a Pampulha de gente e pode ajudar a acabar com esse mau cheiro”, completa.


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