Vera Fochat, de 48 anos, se lembra com revolta da manhã em que estendeu o braço direito em um ponto de ônibus em Belo Horizonte e o motorista simplesmente ignorou o sinal de parada: “Ele me viu. Foi má vontade mesmo em parar para que eu embarcasse”. Chateada, a enfermeira denunciou o condutor à BHTrans. Ela é uma das milhares de pessoas que em 2015 recorreram à empresa gerenciadora do trânsito e transporte na capital, apresentando queixas quanto ao serviço de transporte coletivo da cidade.
A enfermeira Vera também já fez esse tipo de reclamação à empresa municipal. O relato dela mostra que o profissional do volante colocou a vida dos passageiros em risco, além de desrespeitá-los: “Ele atendeu ao telefone celular, na Avenida Cristiano Machado, enquanto dirigia. Depois parou o veículo e ficou por uns dois, três minutos falando no aparelho. Um absurdo. Só arrancou o ônibus quando o pessoal começou a reclamar. Eu filmei”.
Levantamento da empresa mostra que o total de reclamações sobre o transporte coletivo até apresentou redução no confronto entre 2014 e 2015 (diferença de 21,62%), mas o último balanço anual mostra que uma multidão de usuários continua tendo dor de cabeça com o sistema. As punições às empresas de transporte por esse motivo são várias, como advertência e multa.
A BHTrans, porém, não informa quantas companhias foram punidas em 2015. Em nota, informou que “são realizadas fiscalizações específicas nas linhas mais reclamadas, envolvendo fiscalização de pontos finais e pontos de embarque e desembarque, viagens a bordo etc”. Acrescentou ainda que, além da operação presencial dos agentes, “a empresa vem intensificando cada vez mais sua fiscalização eletrônica”.
Nesse caso, a empresa pretende reduzir o terceiro tipo de reclamação no ranking do ano passado: 4.244 registros (14% do total) por descumprimento do quadro de horários. “Por meio dos dados do Sistema Inteligente de Transporte (SITBus) e do Sistema de Bilhetagem Eletrônica (SBE) é possível monitorar questões relativas ao cumprimento do quadro de horários, nível de ocupação dos veículos, entre outras”, informou a empresa municipal.
Já o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) ressalta a quantidade de viagens e o número anual de usuários para argumentar que o total de reclamações, percentualmente, é pequeno. “O sistema de transporte coletivo urbano por ônibus opera 341 linhas, que realizam, em média, 730 mil viagens e percorrem 14 milhões de quilômetros todos os meses, transportando 36 milhões de usuários mensalmente, o equivalente a cerca de 1,5 milhão por dia útil e 432 milhões, anualmente. O total de reclamações representa, portanto, 0,00678% dos usuários transportados”, comparou o Setra-BH.
META O sindicato ressaltou que, ainda assim, o percentual está distante do ideal, que é não ter nenhum passageiros insatisfeito. “Por essa razão, sistematicamente, são realizados treinamentos voltados para a qualificação dos motoristas e agentes de bordo. Cada um passa, em média, por 20 horas de treinamento por ano. No total, são cerca de 300 mil horas de cursos anuais (gentileza urbana, treinamento introdutório e de integração etc)”, acrescentou.
O aposentado Marlon de Oliveira, que trabalhou como cobrador de ônibus por sete anos, chama a atenção para outro tipo de situação: também há passageiros que deveriam ser alvo de reclamação. Ele dá um exemplo comum em muitas viagens: “Há pessoas que entram no ônibus e não passam pela roleta, atrapalhando os demais passageiros. Sem falar naquelas que sentam em lugares destinados a idosos e pessoas com dificuldade de locomoção”.
Fora da curva
Principais reclamações em 2015
Não parar no ponto
9.065
Comportamento
inadequado do operador
7.276
Descumprir quadro
de horários
4.244
Fonte: BHTrans
A enfermeira Vera também já fez esse tipo de reclamação à empresa municipal. O relato dela mostra que o profissional do volante colocou a vida dos passageiros em risco, além de desrespeitá-los: “Ele atendeu ao telefone celular, na Avenida Cristiano Machado, enquanto dirigia. Depois parou o veículo e ficou por uns dois, três minutos falando no aparelho. Um absurdo. Só arrancou o ônibus quando o pessoal começou a reclamar. Eu filmei”.
Levantamento da empresa mostra que o total de reclamações sobre o transporte coletivo até apresentou redução no confronto entre 2014 e 2015 (diferença de 21,62%), mas o último balanço anual mostra que uma multidão de usuários continua tendo dor de cabeça com o sistema. As punições às empresas de transporte por esse motivo são várias, como advertência e multa.
A BHTrans, porém, não informa quantas companhias foram punidas em 2015. Em nota, informou que “são realizadas fiscalizações específicas nas linhas mais reclamadas, envolvendo fiscalização de pontos finais e pontos de embarque e desembarque, viagens a bordo etc”. Acrescentou ainda que, além da operação presencial dos agentes, “a empresa vem intensificando cada vez mais sua fiscalização eletrônica”.
Nesse caso, a empresa pretende reduzir o terceiro tipo de reclamação no ranking do ano passado: 4.244 registros (14% do total) por descumprimento do quadro de horários. “Por meio dos dados do Sistema Inteligente de Transporte (SITBus) e do Sistema de Bilhetagem Eletrônica (SBE) é possível monitorar questões relativas ao cumprimento do quadro de horários, nível de ocupação dos veículos, entre outras”, informou a empresa municipal.
Já o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) ressalta a quantidade de viagens e o número anual de usuários para argumentar que o total de reclamações, percentualmente, é pequeno. “O sistema de transporte coletivo urbano por ônibus opera 341 linhas, que realizam, em média, 730 mil viagens e percorrem 14 milhões de quilômetros todos os meses, transportando 36 milhões de usuários mensalmente, o equivalente a cerca de 1,5 milhão por dia útil e 432 milhões, anualmente. O total de reclamações representa, portanto, 0,00678% dos usuários transportados”, comparou o Setra-BH.
META O sindicato ressaltou que, ainda assim, o percentual está distante do ideal, que é não ter nenhum passageiros insatisfeito. “Por essa razão, sistematicamente, são realizados treinamentos voltados para a qualificação dos motoristas e agentes de bordo. Cada um passa, em média, por 20 horas de treinamento por ano. No total, são cerca de 300 mil horas de cursos anuais (gentileza urbana, treinamento introdutório e de integração etc)”, acrescentou.
O aposentado Marlon de Oliveira, que trabalhou como cobrador de ônibus por sete anos, chama a atenção para outro tipo de situação: também há passageiros que deveriam ser alvo de reclamação. Ele dá um exemplo comum em muitas viagens: “Há pessoas que entram no ônibus e não passam pela roleta, atrapalhando os demais passageiros. Sem falar naquelas que sentam em lugares destinados a idosos e pessoas com dificuldade de locomoção”.
Fora da curva
Principais reclamações em 2015
Não parar no ponto
9.065
Comportamento
inadequado do operador
7.276
Descumprir quadro
de horários
4.244
Fonte: BHTrans