A fila para conseguir a vacina da gripe começou cedo no Centro de Saúde Carlos Chagas - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS

No último dia da campanha nacional de vacinação contra a gripe, a população de Belo Horizonte lotou os postos que ainda têm doses da vacina contra os vírus da Influenza. A Prefeitura de BH vacinou 94% das 669 mil pessoas consideradas público-alvo, o que equivale a 631.484 pacientes. Apesar de ter ultrapassado a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, de 80% de imunização, a Secretaria Municipal de Saúde alerta integrantes dos grupos prioritários para que procurem os centros de saúde, pois BH já recebeu todo o estoque da vacina, já esgotada na maior parte dos estabelecimentos da rede particular.

Na manhã desta sexta-feira, a fila é grande no Centro de Saúde Carlos Chagas, que fica na Avenida Francisco Sales, Bairro Santa Efigênia, Leste de BH. Moradora do Bairro Florença, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, Líbia Alves, 33 anos, procura pela vacina há quatro semanas. Hoje, tirou o dia para resolver essa questão. "Só teve vacina na primeira semana e logo acabou. Eu tenho bronquite e preciso ficar imunizada", contou. Ela precisou trazer o atestado da doença para garantir a vacina, já que quem não tem o documento não recebe a dose.

É o caso de Maria Clara Martins de Souza, de 8 anos, que tem bronquite e asma e não pôde ser vacinada. A mãe dela tentou conseguir atestado da doença, mas não teve sucesso em tentativas realizadas no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). A mãe da menina, a doméstica Silvana Martins de Almeida, teme pela saúde da filha que vai ficar sem a vacina. "Muita gente que não precisa está tomando e quem precisa não pode por causa de um laudo que não conseguimos graças à falta de médicos para isso", afirma.

No Centro de Saúde Carlos Chagas quem faz parte dos grupos de risco é atendido primeiro. Os demais esperam por mais tempo na fila. O engenheiro Vanildo Costa, de 60 anos, levou 20 minutos para se imunizar. Já no Centro de Saúde Clóvis Boechat de Menezes, no Bairro Pompéia, na zona Leste de Belo Horizonte, a vacina estava em falta. Quem procurou pelo medicamento contra a gripe foi orientado a buscar a dose em outro lugar.

Marcos é de Sabará e procura a vacina há um mês para o filho de 9 meses - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS Na manhã desta sexta, o polidor Marcos Luis dos Santos saiu de Sabará, na Grande BH, com o filho de 9 meses, para tentar encontrar a vacina. "Estou há um mês visitando postos e não encontro". A primeira parada foi no Pompéia, onde também não conseguiu uma dose. "Hoje é o último dia e ainda estou correndo atrás. Só essa semana fui ao posto de Sabará três vezes", comentou. Marcos informou que a busca pela vacina continuaria ao longo do dia.

João Geraldo Almeida, de 75 anos, que é gestor comunitário do bairro Pompéia ficou sem a vacina. Ele conta que soube através da responsável do posto que a unidade recebeu 200 doses nesta quinta e que todas já foram distribuídas. "Acho que a dinâmica é errada. As demandas deveriam ser localizadas. O que acontece é que as pessoas chegam aqui e são orientadas a buscar a vacina em outros bairros", reclamou.

A Secretaria Municipal de Saúde informou em nota que nesta sexta, por volta das 10h, recebeu mais  10 mil doses da vacina contra Influenza e que estas doses serão distribuídas para os locais onde os estoques terminaram para concluir o último dia de vacinação da Campanha contra a Influenza.

A pasta afirmou ainda que a reposição dos estoques é feita conforme demanda e é coordenada pelos distritos sanitários de saúde. Para verificar se há estoque disponível nas unidades, as pessoas que integram o público alvo da campanha devem ligar para centro de saúde de sua região ou para os distritos sanitários.

A Prefeitura, por meio da SMSA, reforçou também que as vacinas remanescentes da campanha continuarão disponíveis nos Centros de Saúde para o público-alvo.

 

 

 

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