De acordo com a secretaria, na capital, a meta de vacinação de 80% do público-alvo foi superada, com cobertura vacinal de 94% contra a gripe. O que sobrou do estoque de vacinas será destinado também à imunização de pessoas acamadas e internadas em instituições de longa permanência (asilos e residências para idosos). Crianças com idade entre 6 meses e 1 ano deverão tomar a segunda dose da vacina, que já tem estoque reservado para esse fim. Quem não está dentro do grupo dos mais vulneráveis não será imunizado na rede de saúde pública municipal.
O médico de família e comunidade André Christiano dos Santos, diretor de comunicação do Sindicato dos Médicos (Sinmed-MG), considera improvável que sobrem doses da vacina – que é trivalente e imuniza contra os subtipos H1N1, H3N2 e contra a influenza B – na rede pública. “As pessoas do grupo das mais vulneráveis que não se vacinaram devem se proteger. Elas estão sujeitas a complicações pulmonares devido à H1N1, com risco de óbito por síndrome respiratória aguda grave (SRAG)”, explicou.
Para o médico, mesmo quem não está no grupo mais vulnerável deve se imunizar, embora não consiga a vacina na rede pública. Ele sugere a procura em instituições como o Sesc, que tem ofertado a vacinação em sua unidade central. Na entidade, a informação é de que o estoque inicial acabou, mas é aguardada uma remessa de 10 mil vacinas, ao preço de R$ 35 para sócios e R$ 40 para não filiados.
ÚLTIMA HORA No último dia da campanha nacional de vacinação contra a gripe, belo-horizontinos lotaram postos que ainda tinham doses. Ontem pela manhã, a fila era grande em unidades como o Centro de Saúde Carlos Chagas, na Avenida Francisco Sales, no Bairro Santa Efigênia, Leste da capital. Moradora do Bairro Florença, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, Líbia Alves, de 33 anos, procurou pela vacina há quatro semanas. Ontem, tirou o dia para resolver a pendência. “Só teve vacina na primeira semana e logo acabou. Tenho bronquite e preciso ficar imunizada”, contou. Com atestado médico da doença, ela esperava para ser vacinada.
Quem não apresentou atestado não conseguiu a dose. Foi o caso de Maria Clara Martins de Souza, de 8 anos, que tem bronquite e asma, mas não foi vacinada. A mãe dela, a doméstica Silvana Martins de Almeida, tentou conseguir laudo comprovando a doença, mas não obteve sucesso em tentativas no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). “Muita gente que não precisa está tomando. E quem precisa não pode, por causa de um laudo que não consegue, porque faltam médicos para isso”, reclamou Silvana.
Em centros de saúde como o Clóvis Boechat de Menezes, no Bairro Pompeia, Zona Leste de Belo Horizonte, a vacina estava em falta. A Secretaria de Saúde informou que recebeu um último volume de 10 mil vacinas, que foram encaminhadas às unidades que estavam sem estoque.
Enquanto isso...
Dengue tem mais 5,5 mil confirmações
O número de casos de dengue continua em escalada em Belo Horizonte. Balanço divulgado ontem pela Secretaria Municipal de Saúde indica que mais 5.498 casos foram confirmados nos últimos sete dias, com três mortes. A Região do Barreiro ainda lidera em número de diagnósticos confirmados (16.179). Na sequência, aparecem as regionais Nordeste (11.095), Leste (7.331), Venda Nova (7.089), Oeste (5.748), Noroeste (5.725), Norte (5.385) e Pampulha (4.638). A Centro-Sul é a que tem menos registros da doença: são 3.436 notificações confirmadas. Na nota, a secretaria ressalta que, dos 67.102 casos confirmados em 2016, 75,5% se concentraram nos meses de fevereiro e março (50.656), período de maior transmissão no ano. Em abril, foram confirmados 6.052 casos, o que corresponde a 9% do total no ano. A pasta acrescenta que 60.477 casos notificados estão pendentes de resultado. As últimas três pessoas que morreram vítimas de dengue, de um total de 20 na capital neste ano, tinham 65, 81 e 83 anos.