“Desde 2009, eles tentam implementar a medida que proíbe as visitas. Devido à nossa luta e resistência até então não haviam conseguido”, afirmou a estudante de economia Paula Constante, de 23 anos. De acordo com a estudante, por determinação de um funcionário da Fump, a irmã cadeirante de uma estudante foi impedida de visitá-la.
Os estudantes portavam duas faixas com os dizeres “Quem vai financiar meu tarja preta?” e “Regime semiaberto: meu crime é socializar”. Segundo eles, a restrição das visitas tem efeitos negativos para os estudantes, que não terão espaço para a socialização com amigos e familiares. Os estudantes optaram por fazer o protesto ontem para coincidir com a quarta semana de saúde mental, que tem como tema “por uma vida menos solitária.”
Paula afirmou que o ato mostra a importância de humanizar as regras da moradia para a saúde mental dos estudantes. “É fundamental para proporcionar vínculos sociais e culturais da comunidade acadêmica”, reforçou. Os representantes se queixaram de falta de diálogo com a comissão formada para criar o regulamento.
Regulamentação O representante dos estudantes das moradias Hudson Ditherman Francisco Rosa, de 25, informou que os discentes apresentaram proposta para regulamentar as visitas e não proibi-las. Segundo Hudson, muitos visitantes permanecem por meses, tornando-se moradores ilegais. Na reunião com a comissão, foi entregue abaixo-assinado com adesão de 70% dos estudantes que vivem nas moradias. Um deles é o estudante de música Pedro Henrique Gilberto Álves Souza, de 22. Para conseguir estudar, o jovem que veio de Diadema (SP) só pôde permanecer em Belo Horizonte com ajuda para morar. Pedro se queixou da demora na avaliação dos pedidos de assistência estudantil, o que faz com que muitos tenham que ficar nas moradias de maneira irregular. “Não tenho como me manter e não tenho a quem recorrer”, disse. Depois de dois meses morando de forma irregular, saiu o resultado do estudo socioeconômico e o jovem foi classificado na faixa de maior vulnerabilidade econômica.
De acordo com a assessoria de imprensa da UFMG, as visitas à moradia universitária são permitidas mediante autorização prévia da gerência, uma vez que o tema não é normatizado no regulamento vigente. “Para aprimorar o instrumento e garantir o bem-estar e a sociabilidade dos estudantes, uma comissão formada por representantes da universidade, Diretório Central dos Estudantes e moradores trabalha na formulação de um novo texto, a ser apresentado em momento oportuno ao Conselho da Moradia”, informou..