Leitor flagra vida animal que resiste à poluição da Pampulha

Com o trabalho de despoluição, cágado e ave já são vistos em local onde havia lixo acumulado

Valquiria Lopes

- Foto: Clênio Allan Rocha Júnior/Divulgação

Uma cena curiosa chamou a atenção do engenheiro e comerciante Clênio Allan Rocha Júnior, de 54 anos, morador do Bairro Dona Clara, vizinho à Lagoa da Pampulha. Enquanto pedalava na orla do espelho d'água que passa por processo de despoluição, Clênio flagrou um cágado e uma ave em um local onde comumente era visto muito lixo acumulado.

“Foi no ponto perto da cabeceira do aeroporto (da Pampulha). A cena poderia ser no Pantanal, mas era na Lagoa da Pampulha”, conta o engenheiro, dizendo ter ficado feliz com a presença dos animais.

Na observação do belo-horizontino, o processo de despoluição já mostra alguns avanços. “O cheiro da logoa, pelo menos naquele trecho, melhorou. Apesar de o cheiro ainda ser muito ruim em outros pontos, a exemplo das proximidades do parque ecológico, a presença dos animais já é uma prova de que se a lagoa estiver bem cuidada podemos ter uma natureza riquíssima. Apesar de tanta poluição, a natureza resiste. Imagina se a água estivesse com qualidade melhor?", disse o engenheiro.


Poluição

Com câmeras aquáticas que vasculharam o fundo do reservatório e em embarcações que percorreram sua extensão, a reportagem do Estado de Minas mostrou como é o ambiente degradado, onde se adaptaram para sobreviver jacarés-do-papo-amarelo, capivaras, cágados, peixes e aves. Situação que, apesar de investimentos que somam R$ 1 bilhão desde a década de 1990, só tem piorado, como mostram os últimos dados de análises da qualidade da água. Veja:

(RB)

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