O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) concluiu a análise do impacto causado pelos rejeitos de minério que vazaram da Barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas, em 5 de novembro de 2015, em três unidades de conservação no Espírito Santo. A mina é de propriedade da Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton.
Técnicos apuraram níveis elevados de arsênio em 75% das amostras de camarão rosa e em 100% das de peroá capturadas na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas, no Refúgio de Vida Silvestre (RVS) de Santa Cruz e na Reserva Biológica (Rebio) de Comboios.
O estouro da barragem de Fundão é o maior crime socioambiental do Brasil: 19 pessoas morreram, centenas de famílias foram desalojadas, lugarejos foram destruídos, mais de 40 cidades de Minas e do Espírito Santo tiveram o abastecimento de água comprometido, cerca de 1,5 mil hectares de matas ciliares foram devastados, três rios foram afetados (Gualacho do Norte, Carmo e Doce) e um incontável número de animais foram assassinados.
O relatório ainda aponta estresse fisiológico nas espécies estudadas e risco de eventual contaminação do ser humano que consumir os pescados. O relatório foi entregue ao ICMBio por especialistas que integraram a primeira expedição no monitoramento feito pelo navio de pesquisa Soloncy Moura na foz do Rio Doce.
De acordo com o relatório, a coleta de água feita antes da lama chegar nas unidades pesquisadas no Espírito Santo revelou aumento na concentração de ferro, alumínio, chumbo, cromo, maganês e cádmio em comparação com a porção retirada desses locais após a passagem dos rejeitos de minério.
Por causa disso, o ICMBio e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) defendem a proibição da pesca na parte litorânea afetada. A atividade havia sido proibida pela Justiça em fevereiro, mas uma liminar suspendeu a determinação.
Pesquisadores embarcaram no navio Soloncy Moura para uma segunda expedição, na segunda quinzena de abril, numa área que abrange o Sul do Espírito Santo ao arquipélago de Abrolhos, no Sul da Bahia. As amostras ainda estão sendo analisadas pelos especialistas.
Mineradora responde
"A Samarco reconhece o estudo de bioacumulação encomendado pelo ICMBio, que identificou os metais acima padrões das normas vigentes em muitas amostras", informou a mineradora, por meio de nota divulgada na tarde desta sexta-feira.
A empresa diz também que já havia realizado suas próprias análises, com mais amostras, entre dezembro de 2015 e fevereiro deste ano. "As conclusões são similares sobre a presença acima dos padrões de arsênico e selênio em organismos marinhos (em geral, mas não em todas as amostras), e de zinco no caso das ostras. Cabe ressaltar que resultados elevados foram registrados tanto em áreas impactadas pela pluma como em áreas fora de sua área de influência", explica a Samarco.
Ainda segundo a empresa, "(...) os mesmos estudos também mostraram que os níveis destes elementos (zinco, arsênio e selênio) foram identificados desde o início do mês de dezembro, quando ainda não havia tempo para que ocorresse a acumulação destes elementos nos organismos marinhos". A Samarco também ressalta que realiza o monitoramento da água e já emitidos mais de 45 mil laudos de análise. "Os resultados da qualidade do ambiente marinho indicam que não há ocorrência significativa de metais pesados. Testes também reforçam que o rejeito não é tóxico, sendo composto basicamente por óxido de silício, de ferro e de alumínio".
Técnicos apuraram níveis elevados de arsênio em 75% das amostras de camarão rosa e em 100% das de peroá capturadas na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas, no Refúgio de Vida Silvestre (RVS) de Santa Cruz e na Reserva Biológica (Rebio) de Comboios.
O estouro da barragem de Fundão é o maior crime socioambiental do Brasil: 19 pessoas morreram, centenas de famílias foram desalojadas, lugarejos foram destruídos, mais de 40 cidades de Minas e do Espírito Santo tiveram o abastecimento de água comprometido, cerca de 1,5 mil hectares de matas ciliares foram devastados, três rios foram afetados (Gualacho do Norte, Carmo e Doce) e um incontável número de animais foram assassinados.
O relatório ainda aponta estresse fisiológico nas espécies estudadas e risco de eventual contaminação do ser humano que consumir os pescados. O relatório foi entregue ao ICMBio por especialistas que integraram a primeira expedição no monitoramento feito pelo navio de pesquisa Soloncy Moura na foz do Rio Doce.
De acordo com o relatório, a coleta de água feita antes da lama chegar nas unidades pesquisadas no Espírito Santo revelou aumento na concentração de ferro, alumínio, chumbo, cromo, maganês e cádmio em comparação com a porção retirada desses locais após a passagem dos rejeitos de minério.
Por causa disso, o ICMBio e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) defendem a proibição da pesca na parte litorânea afetada. A atividade havia sido proibida pela Justiça em fevereiro, mas uma liminar suspendeu a determinação.
Pesquisadores embarcaram no navio Soloncy Moura para uma segunda expedição, na segunda quinzena de abril, numa área que abrange o Sul do Espírito Santo ao arquipélago de Abrolhos, no Sul da Bahia. As amostras ainda estão sendo analisadas pelos especialistas.
Mineradora responde
"A Samarco reconhece o estudo de bioacumulação encomendado pelo ICMBio, que identificou os metais acima padrões das normas vigentes em muitas amostras", informou a mineradora, por meio de nota divulgada na tarde desta sexta-feira.
A empresa diz também que já havia realizado suas próprias análises, com mais amostras, entre dezembro de 2015 e fevereiro deste ano. "As conclusões são similares sobre a presença acima dos padrões de arsênico e selênio em organismos marinhos (em geral, mas não em todas as amostras), e de zinco no caso das ostras. Cabe ressaltar que resultados elevados foram registrados tanto em áreas impactadas pela pluma como em áreas fora de sua área de influência", explica a Samarco.
Ainda segundo a empresa, "(...) os mesmos estudos também mostraram que os níveis destes elementos (zinco, arsênio e selênio) foram identificados desde o início do mês de dezembro, quando ainda não havia tempo para que ocorresse a acumulação destes elementos nos organismos marinhos". A Samarco também ressalta que realiza o monitoramento da água e já emitidos mais de 45 mil laudos de análise. "Os resultados da qualidade do ambiente marinho indicam que não há ocorrência significativa de metais pesados. Testes também reforçam que o rejeito não é tóxico, sendo composto basicamente por óxido de silício, de ferro e de alumínio".