O corpo de Milton foi encontrado carbonizado às margens da rodovia SP-215, em São Carlos, dentro de um carro que também foi incendiado. A presença do delegado Gilberto de Aquino, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), de São Carlos, no local do crime garantiu a rápida identificação de quem era a vítima, já que a placa do veículo levou os policiais até a casa que Milton morava com a mulher, a advogada Milene Estácio da Silva, 36 anos, um filho do casal, de apenas 5 anos, e a enteada L. E. S., 17.
Na residência, o delegado já teve a primeira surpresa, pois estranhou a reação das duas ao perguntar pelo paradeiro do professor sem dizer que tinha sido encontrado um corpo carbonizado. A desconfiança levou os investigadores a ouvirem mãe e filha várias vezes, que sempre entravam em contradição e a cada nova oitiva acrescentavam novas informações. O desfecho que culminou com a prisão e apreensão das duas só foi possível depois que os investigadores conseguiram na Justiça autorização para periciar o celular de Milene.
SERVIÇO DE INTELIGÊNCIA A recuperação dos dados que tinham sido apagados revelou mensagens trocadas entre as duas planejando a morte de Milton várias vezes, aparentemente por questões financeiras.
PRAZER EM COMETER O CRIME Segundo a Polícia Civil, ficou claro no inquérito que a mãe instigava a filha a cometer o assassinato, sob o argumento de que era advogada e certamente tiraria a garota da cadeia facilmente por ela ser menor de idade. Milton tinha problemas de saúde e ingeria, sem perceber, medicamentos que poderia complicar sua situação. A expectativa das duas é que ele iria acabar morrendo com essas substâncias, o que não aconteceu. As duas chegaram a ensaiar pelo menos uma vez a morte com facadas, mas a adolescente desistiu. O plano era aproveitar uma carona com o padrasto, em Ribeirão Preto, para consumar o ato na estrada, mas ao perceber que estava sendo bem tratada por ele, desistiu.
No dia 18, a mãe começou os planos dopando o filho de cinco anos, para que ele dormisse. Logo depois, L. acertou o professor com três golpes na barriga e viu ele agonizar até a morte. Segundo a Polícia Civil, a garota afirma ter sentido prazer no momento em que golpeava o padrasto, chegando até a dar risadas da situação. As duas, então, levaram o corpo até uma estrada próxima de São Carlos e chegaram até a cavar uma cova para colocar Milton. Porém, ficaram com medo que o carro pudesse deixar alguma pista, já que o veículo ficou cheio de sangue, e incendiaram tudo.
PRÓXIMOS PASSOS Milene está cumprindo a prisão temporária de 30 dias, mas, ao fim das investigações, o delegado Gilberto de Aquino deverá representar por sua prisão preventiva. Ela pode pegar até 30 anos de cadeia pelo crime.