"Adolescente não mostrou arrependimento", diz advogada sobre morte de professor da UFTM

Menor de 17 anos disse ao delegado que não se arrependeu do crime. Adolescente disse que ele agonizou por 10 minutos depois de facadas e que ela ficou olhando

Carolina Mansur
Mãe e filha incendiaram o corpo e o carro da vítima, às margens da rodovia SP-215 - Foto: Polícia Civil/Divulgação Na noite desta terça-feira, a vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Carlos, Ariadne Leopoldino, acompanhou o depoimento da esposa do professor de física da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba, Milton Taidi Sonoda, assassinado em 18 de maio.
Milene Estácio da Silva, de 36 anos, e a enteada L. E. S., 17  foram ouvidas e confessaram o crime. 

Segundo a advogada, que não atua no caso e apenas acompanhou o depoimento,  o crime choca, principalmente, pela frieza da adolescente. "No depoimento, a menina de 17 anos disse que depois que ela o esfaqueou, o professor agonizou por 10 minutos e que ela ficou olhando para ele", lembra. "Quando o delegado a perguntou se tinha arrependido, ela dise que não". 
 
Ainda de acordo com Ariadne, a mãe da adolescente chegou a negar o crime e informou que estava lavando roupa na hora do homicídio. No entanto, os autos do processo apontam caminho diferente. "São mais de 300 páginas de conversas entre mãe e filha pelo celular.
A mulher incitava, instigava a adolescente". "Você amarelou?" é um das perguntas que a mãe fez para a filha durante uma conversa. 
 
O questionamento, segundo a advogada, seria sobre outra tentativa de homicídio contra o professor planejada por mãe e filha. "Elas planejavam a morte há mais de um mês", conta Ariadne, que lembra que em uma das mensagens a mãe chega a orientar a filha para que afiasse as facas antes do crime. Conversas mostraram que mãe e filha planejavam assassinato há um mês - Foto: Facebook/Reprodução
 
Ainda segundo a advogada, durante o depoimento, ao ver as imagens do corpo de Sonoda, a esposa teria chorado e reforçado que apenas participou da ocultação do corpo. Juntas, elas embalaram o corpo do professor em sacos de lixo e tentaram enterrá-lo em uma cova que ja estava pronta. 
 
"Cada uma delas tem 1 metro e meio de altura e a vítima pesava mais de 100 quilos. Elas não conseguiram enterrá-lo e resolveram queimar o corpo e o carro", contou Ariadne. Depois do crime, a mulher ainda deu entrada em uma pensão por morte e ainda solicitou o seguro do veículo queimado. 
 
Para a  advogada,  a motivação financeira não seria a causa para o crime, já que o professor não era rico. "Ele estava reformando uma casa em Uberaba e elas não queriam que ele gastasse dinheiro. Em uma das mensagens elas falam sobre o gasto de R$ 2 mil em mármore", diz. Sonoda fazia parte do corpo docente da UFTM desde 2010. 

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