Moradores de Belo Horizonte e cidades da região metropolitana enfrentam chuva na tarde desta quarta-feira. O temporal voltou a capital mineira depois de mais de um mês de seca. A última precipitação registrada, segundo o instituto de meteorologia Tempo Clima PUC Minas, foi em abril. E o retorno da chuva foi com transtornos para moradores. Na região Noroeste de BH, o granizo surpreendeu motoristas. No Bairro Coração Eucarístico, a água chegou a invadir lojas. Galhos de árvores caíram sobre um veículo no Bairro Padre Eustáquio. A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) emitiu um comunicado prevendo um volume estimado de acumulado de 10 a 20 milímetros de água até às 23h.

Belo Horizonte amanheceu com tempo instável, céu parcialmente nublado. Segundo o instituto de meteorologia Tempo Clima PUC Minas, a intensificação de áreas de instabilidade que atuam sobre parte do Sudeste do Brasil que provocam chuva na capital mineira e região. “Essas áreas de instabilidade favorecem para o aumento da temperatura e, consequentemente, essas pancadas de chuva. São de curto prazo e devem acontecer isoladamente até o fim de semana”, explicou a meteorologista Natália Cantuária.

Belo Horizonte viveu quase dois meses de seca. Em abril, segundo a meteorologista, a capital mineira teve apenas 26 milímetros, 42% do esperado para todo o período, que é de 61,2 milímetros. Em maio, não foi registrado nenhum volume de chuva. “A última precipitação que tivemos foi em 30 de abril. A estiagem atingiu cidades da região metropolitana, como Betim e Contagem, também”, comentou Natália.

Mesmo com pouca duração, o temporal que atingiu Belo Horizonte e cidades da região metropolitana assustou. Na Rua Pará de Minas, no Bairro Padre Eustáquio, galhos de uma árvore atingiram uma Fiorino. O veículo ficou parado no lado esquerdo da pista, o que deixou o trânsito congestionado próximo a Praça São Vicente. Alguns motoristas se arriscaram passando por cima da calçada. Uma outra árvore caiu sobre um automóvel na Rua Monsenhor Horta, no Bairro Calafate, na Região Oeste.

No Bairro Coração Eucarístico, um dos locais onde mais choveu forte no início deste tarde, foi o granizo quem pegou muita gente de surpresa. Por causa das pedras de gelo, muitos alarmes de carros começaram a disparar e motoristas preocupados com estragos na lataria dos veículos correram na tentativa de colocá-los embaixo das árvores. “Foi tudo muito rápido. A chuva começou de repente, por volta das 13h e foi muito forte. Teve muito vento, muita água e granizo”, conta o gerente do restaurante A Granel, na Rua Coração Eucarístico de Jesus, Hugo Eugênio Alves, de 52 anos.

Segundo ele, a água foi tanta que invadiu o estabelecimento, o que nunca havia ocorrido anteriormente. “Foi uma correria para tirar a água, justamente no horário do almoço. Também imagino que os bueiros da rua devem estar cheios de sujeira”, comentou. O gerente informou que apesar da queda de granizo, não houve danos aos carros.

A Região Noroeste foi a mais atingida pela chuva. Segundo a Comdec, de 0h até 15h o acumulado de água na área foi de 25 milímetros (mm). Na Região Oeste foram 21,8 mm, Leste 7,6 mm, Nordeste 3,8 mm, Centro-Sul 3,4 mm, Barreiro 1,8 mm, Venda Nova 1,2 mm, e Pampulha 0,6 mm. A Região Norte não registrou chuva, de acordo com a Defesa Civil.

Alagamento é registrado na Avenida Tereza Cristina - Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press

Trânsito

Com a chuva, o trânsito ficou lento em vários pontos de Belo Horizonte. Na Avenida Teresa Cristina, no viaduto que dá acesso a Avenida Silva Lobo, a água empossou e tomou conta da via. O motorista de uma van escolar se arriscou e conseguiu passar pela poça d'água, que quase cobria os pneus. Por isso, lentidão foi registrada no trecho.

Segundo a BHTrans, o grande número de veículo provocou congestionamento na Avenida Raja Gabaglia, na Amazonas, Tereza Cristina, Contorno, na Avenida Nossa Senhora do Carmo, e em várias vias do Bairro Gutierrez, na Região Oeste.

.