"Não foi a primeira vez", diz skatista que perseguiu ladrão no Centro de BH

Morador do Rio, Ademar Lopes filmou cena em jovem foge com celular roubado na capital mineira e vídeo viralizou na internet. Ele diz que já presenciou casos do tipo em outras cidades do país

Valquiria Lopes

Autor do vídeo que viralizou na internet nesta quarta-feira ao mostrar uma perseguição a um ladrão de celular no Centro de Belo Horizonte, o skatista profissional Ademar Lucas do Nascimento Lopes, de 25 anos, disse em entrevista ao em.com.br que não foi a primeira vez que ajudou vítimas de roubos.

Natural do Rio de Janeiro, Ademar conta que costuma frequentar as regiões centrais das cidades para gravar o que chama de “cenas urbanas” e já presenciou outros assaltos.

“Não foi a primeira vez. Sempre que podemos, ajudamos a vítima, que em alguns casos até apanha. Tentamos pelo menos recuperar o bem roubado, fazendo o trabalho da polícia”, afirmou Ademar, ressaltando que casos desse tipo são frequentes no Centro do Rio de Janeiro. As imagens em Belo Horizonte foram feitas há pouco mais de um mês, quando o skatista esteve na capital mineira para gravar um vídeo para seu canal no YouTube (Ademafia). Ele se reuniu com grafiteiros, happers e skatistas na Praça da Estação, como faz em outras cidades. O que era uma gravação simples virou aventura. “Passou um rapaz gritando 'pega ladrão' e eu disse que ia pegar o cara.
Não deu outra”, lembra.

Ao contar detalhes da perseguição, Ademar diz que manteve o acusado o tempo todo sob seu olhar. Passou perto de muito carros que iam na Avenida dos Andradas e seguiu na direção do Viaduto da Floresta. Ao ser alcançado, o jovem entregou o celular roubado e saiu pela avenida, onde quase foi atropelado.

Ademar disse ter percebido que o rapaz não estava armado e que se aproximou com outros colegas, até imobilizar o acusado. “Passo muito tempo na rua e tive a frieza de analisar que daria a situação e o que fazer. Depois de recuperar o celular e a bolsa da mulher assaltada, a gente liberou o rapaz com medo de ele fosse alvo de linchamento. Sei que o certo era esperar a polícia chegar, mas acredito que a prisão pode ser ainda pior para aquele jovem”, disse.

Apesar da data do vídeo, de pouco mais de um mês, a agravação ainda não havia sido divulgada em redes sociais. “Coloquei no meu canal no YouTube, mas no modo privado. Ontem resolvi publicar no Facebook e em menos de 24 horas já havia viralizado”, contou. Na página, a publicação já tem mais de 1 milhão de visualizações, 19 mil compartilhamentos e mais de 22 mil curtidas. “Fiquei satisfeito em poder ajudar a moça, mas triste diante da situação daquele jovem.”

(RB)

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