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Estado de Minas

Inverno de 2016 pode ser o mais frio dos últimos 4 anos em Minas, diz meteorologista

Massa de ar polar deve chegar ao estado na segunda-feira. El Niño está perdendo força e deve dar lugar ao fenômeno La Niña ainda neste mês, derrubando os termômetros


postado em 03/06/2016 11:02 / atualizado em 03/06/2016 11:10

Belo-horizontinos já sentem o efeito da queda de temperatura nos últimos dias(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Belo-horizontinos já sentem o efeito da queda de temperatura nos últimos dias (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
As chuvas registradas no estado nesta semana são um prenúncio do inverno que pode ser o mais rigoroso dos últimos quatro anos em Minas Gerais, segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, do Instituto ClimaTempo. Na próxima semana, a temperatura mínima no Sul de Minas pode ficar abaixo de zero.

O que vai trazer o frio de vez para Minas Gerais é o enfraquecimento do El Niño. O fenômeno, que provocou altas temperaturas na primavera e no verão, começou a perder força em maio, facilitando a passagem de frentes frias pelo litoral. “Consequentemente, teremos pancadas de chuva em julho, agosto, até começo de setembro, com quedas de temperatura. Podemos ter dias até com a máxima não passando dos 20 graus, dando uma sensação de frio. A mínima deve chegar a 9 graus aqui em BH”, explica Ruibran. “Esse inverno pode ser o mais frio dos últimos quatro anos em Minas. Com o enfraquecimento do El Niño, há uma probabilidade muito grande de já estarmos sobre a atuação de um La Niña, que causa frio”, diz.

Conforme o meteorologista, neste momento a chuva e a queda de temperatura são resultado de uma frente fria agindo sobre o estado. Na segunda-feira, está prevista a chegada de uma massa de ar frio, derrubando os termômetros em Belo Horizonte para 11 graus.

O inverno começa às 19h34 do dia 20, mas o frio já está se acentuando. No entanto, conforme Ruibran, a situação nesta época é comum. “É normal ter pancadas de chuva com raios e depois queda de temperatura (no outono). Achamos meio estranho porque nos meses que deveriam ter mais chuva – dezembro, janeiro, fevereiro e março –, não teve. Já tivemos grandes temporais no passado em junho”, afirma o meteorologista.

Ainda segundo Ruibran, o La Niña deve afetar o clima ao longo do ano, evitando que o estado registre recordes de calor, como em 2015. “No ano passado, tivemos em BH, em outubro, a temperatura de 37,7 graus, a mais alta observada desde 1912, quando começaram a colher esses dados. Mas uma forte onda de calor neste ano não deve acontecer com tal intensidade por conta do La Niña”, comenta o meteorologista, lembrando que as temperaturas baixas podem contribuir para que o estado registre menos incêndios.


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