Mensagens trocadas por meio do WhatsApp entre a advogada Milene Estácio da Silva, de 36 anos, e a filha dela, L. E. S., de 17, indicam que as duas arquitetaram o assassinato do professor de física da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Milton Taidi Sonoda, de 39 anos, um mês antes do crime. Os dados foram recuperados pela Polícia Civil de São Carlos, em São Paulo, com autorização judicial. Nos diálogos, a advogada chega a pressionar a filha para que ela amole três facas e a orienta a não delatá-la caso fosse detida, pois pegaria até 30 anos de prisão.
O corpo de Milton foi encontrado carbonizado às margens da rodovia SP-215, em São Carlos, em 18 de maio, dentro de um carro que também foi incendiado. Ao ser detida, a adolescente afirmou que matou o padrasto com três facadas no abdômen. O homem foi dopado antes do crime. A mãe da garota negou participação no crime e apenas afirmou que ajudou a filha a esconder o corpo.
Porém, as conversas a que a Polícia Civil teve acesso indicam a participação ativa da advogada em arquitetar o assassinato. Segundo as investigações, elas estavam irritadas com Milton por questões financeiras. O professor estava construindo uma casa em Uberaba e por isso investia dinheiro na nova residência, para onde planejava se mudar com a família. Segundo os investigadores, Milene não concordava com essa situação e tinha assumido uma dívida com dinheiro do marido, o que a teria levado a planejar o assassinato do marido.
Em um dos diálogos, Milene pressiona a filha a afiar as facas que poderiam ser usadas no crime. “Leve a faca para afiar. Leve umas 3”, diz a advogada. “Ainda não”, responde a filha. “Aff. Mas vai fechar. Te pedi, né.”, disse. Supostamente, a conversa ocorreu antes de uma primeira tentativa de matar o professor. O crime não teria sido cometido naquele momento por falta de coragem da menor.
As conversas também mostraram a frieza das duas mulheres para cometer o assassinato. A adolescente chegou a dizer que iria se arrumar para as homenagens póstumas do padrasto. Ela chegou a marcar salão para arrumar as unhas e a mãe aprovou: “Já que a gente vai ter enterro...”.
Milene se mostrou preocupada em não ser envolvida no crime. Ela chegou a pedir para a filha não delatá-la. “Se acontecer de a polícia chegar até você, não tenha medo”, diz a advogada. “A polícia, eu não”, respondeu a adolescente. “Mas não põe eu (sic) no meio. Eu pegaria mais de 30 anos de cadeia”, disse. “Mas vai dar tudo certo! Deus tem um lugarzinho bom pra ele!”, disse a mulher em outro diálogo.
Em outra conversa entre mãe e filha, as duas sugerem que poderiam receber algum benefício com a morte do professor. “Tem que dar entrada no INSS logo”, afirma a advogada. “Calma”, respondeu a adolescente. “Para não passar necessidade. Porque vamos ficar sem dinheiro”, completou Milene.
O crime
Segundo a Polícia Civil, ficou claro no inquérito que a mãe instigava a filha a cometer o assassinato, sob o argumento de que era advogada e certamente tiraria a garota da cadeia facilmente por ela ser menor de idade. Milton tinha problemas de saúde e ingeria, sem perceber, medicamentos que poderiam complicar sua situação. A expectativa das duas era que ele acabaria morrendo com essas substâncias, o que não aconteceu. As duas chegaram a ensaiar pelo menos uma vez a morte com facadas, mas a adolescente desistiu. O plano era aproveitar uma carona com o padrasto, a Ribeirão Preto, para consumar o ato na estrada, mas ao perceber que estava sendo bem tratada por ele, desistiu.
No dia 18, a mãe começou os planos dopando o filho de cinco anos, para que ele dormisse. Logo depois, L. acertou o professor com três golpes na barriga e o viu agonizar até a morte. Segundo a Polícia Civil, a garota afirma ter sentido prazer no momento em que golpeava o padrasto, chegando até a dar risadas da situação. As duas, então, levaram o corpo até uma estrada próxima de São Carlos e chegaram a cavar uma cova para colocar Milton. Porém, ficaram com medo de que o carro pudesse deixar alguma pista, já que o veículo ficou cheio de sangue, e incendiaram tudo.
Prisões
Milene está cumprindo prisão temporária de 30 dias, mas, ao fim das investigações, o delegado Gilberto de Aquino deverá representar por sua prisão preventiva. Ela pode pegar até 30 anos de cadeia pelo crime. A adolescente está apreendida preventivamente por 45 dias, período em que deve sair sua sentença. Nesta sexta-feira, ela foi transferida para a Fundação Casa.
O corpo de Milton foi encontrado carbonizado às margens da rodovia SP-215, em São Carlos, em 18 de maio, dentro de um carro que também foi incendiado. Ao ser detida, a adolescente afirmou que matou o padrasto com três facadas no abdômen. O homem foi dopado antes do crime. A mãe da garota negou participação no crime e apenas afirmou que ajudou a filha a esconder o corpo.
Porém, as conversas a que a Polícia Civil teve acesso indicam a participação ativa da advogada em arquitetar o assassinato. Segundo as investigações, elas estavam irritadas com Milton por questões financeiras. O professor estava construindo uma casa em Uberaba e por isso investia dinheiro na nova residência, para onde planejava se mudar com a família. Segundo os investigadores, Milene não concordava com essa situação e tinha assumido uma dívida com dinheiro do marido, o que a teria levado a planejar o assassinato do marido.
Em um dos diálogos, Milene pressiona a filha a afiar as facas que poderiam ser usadas no crime. “Leve a faca para afiar. Leve umas 3”, diz a advogada. “Ainda não”, responde a filha. “Aff. Mas vai fechar. Te pedi, né.”, disse. Supostamente, a conversa ocorreu antes de uma primeira tentativa de matar o professor. O crime não teria sido cometido naquele momento por falta de coragem da menor.
As conversas também mostraram a frieza das duas mulheres para cometer o assassinato. A adolescente chegou a dizer que iria se arrumar para as homenagens póstumas do padrasto. Ela chegou a marcar salão para arrumar as unhas e a mãe aprovou: “Já que a gente vai ter enterro...”.
Milene se mostrou preocupada em não ser envolvida no crime. Ela chegou a pedir para a filha não delatá-la. “Se acontecer de a polícia chegar até você, não tenha medo”, diz a advogada. “A polícia, eu não”, respondeu a adolescente. “Mas não põe eu (sic) no meio. Eu pegaria mais de 30 anos de cadeia”, disse. “Mas vai dar tudo certo! Deus tem um lugarzinho bom pra ele!”, disse a mulher em outro diálogo.
Em outra conversa entre mãe e filha, as duas sugerem que poderiam receber algum benefício com a morte do professor. “Tem que dar entrada no INSS logo”, afirma a advogada. “Calma”, respondeu a adolescente. “Para não passar necessidade. Porque vamos ficar sem dinheiro”, completou Milene.
O crime
Segundo a Polícia Civil, ficou claro no inquérito que a mãe instigava a filha a cometer o assassinato, sob o argumento de que era advogada e certamente tiraria a garota da cadeia facilmente por ela ser menor de idade. Milton tinha problemas de saúde e ingeria, sem perceber, medicamentos que poderiam complicar sua situação. A expectativa das duas era que ele acabaria morrendo com essas substâncias, o que não aconteceu. As duas chegaram a ensaiar pelo menos uma vez a morte com facadas, mas a adolescente desistiu. O plano era aproveitar uma carona com o padrasto, a Ribeirão Preto, para consumar o ato na estrada, mas ao perceber que estava sendo bem tratada por ele, desistiu.
No dia 18, a mãe começou os planos dopando o filho de cinco anos, para que ele dormisse. Logo depois, L. acertou o professor com três golpes na barriga e o viu agonizar até a morte. Segundo a Polícia Civil, a garota afirma ter sentido prazer no momento em que golpeava o padrasto, chegando até a dar risadas da situação. As duas, então, levaram o corpo até uma estrada próxima de São Carlos e chegaram a cavar uma cova para colocar Milton. Porém, ficaram com medo de que o carro pudesse deixar alguma pista, já que o veículo ficou cheio de sangue, e incendiaram tudo.
Prisões
Milene está cumprindo prisão temporária de 30 dias, mas, ao fim das investigações, o delegado Gilberto de Aquino deverá representar por sua prisão preventiva. Ela pode pegar até 30 anos de cadeia pelo crime. A adolescente está apreendida preventivamente por 45 dias, período em que deve sair sua sentença. Nesta sexta-feira, ela foi transferida para a Fundação Casa.
(RB)