Motorista do Uber é vítima de atentado

Landercy Hemerson

Policiais da 2ª Delegacia de Venda Nova investigam um atentado contra um motorista parceiro do aplicativo Uber, ocorrido na tarde de ontem, no Bairro Céu Azul, Região da Pampulha, em Belo Horizonte.
No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, o condutor apontou como possível motivação do ataque os atritos que a categoria vem tendo com os taxistas. O veículo que ele dirigia, um Nissan Sentra, foi atingido por dois tiros, um na coluna do teto e outro na janela dianteira, ambos do lado do condutor. O atirador fugiu a pé e não havia sido localizado até o fim da noite de ontem.

O delegado Matheus Cobucci expediu guia para perícia do carro no Instituto de Criminalística As apurações começaram ontem mesmo e imagens de câmeras de segurança de prédios vizinhos ao local do ataque devem ser requisitadas, na tentativa de identificar o atirador.

De acordo com boletim de ocorrência da PM, A.T.S., de 34 anos, procurou a unidade da corporação no Céu Azul e informou sobre o atentado, ocorrido às 13h06, na Rua Radialista Joaquim Fonseca, naquele bairro. O motorista afirmou ter parado para checar a numeração, já que ia atender uma passageira que mora na via.

Um homem moreno, alto, de cabelos curtos, barba cheia e bem aparada, que usava calça jeans e blusa escura, se aproximou e atirou duas vezes contra o carro, fugindo em seguida. No boletim de ocorrência, o motorista do Uber levantou a suspeita de que o ataque seja uma retaliação de taxistas, embora não tenha havido nenhuma evidência nesse sentido no momento do ataque. A mulher que chamou o condutor testemunhou a agressão e se dispôs ajudar nas investigações.

Em nota, a empresa responsável pelo aplicativo informou que está em contato com as autoridades e vai colaborar de todas as formas possíveis para esclarecer o atentado. “Desde a nossa chegada a Minas Gerais, há pouco menos de dois anos, a Uber distinguiu-se por ser uma opção de transporte acessível e confiável.
A violência, em qualquer de suas manifestações, é inaceitável.”


AGRESSÕES No mais recente episódio atribuído a desavenças entre taxistas e parceiros do Uber, um motorista de táxi teve parte da mão direita dilacerada depois que ocupantes de um carro que parou ao lado do que dirigia jogaram uma bomba em seu colo. O atentado ocorreu no dia 21 do mês passado. A agressão despertou a ira de integrantes da categoria, que saíram em protesto pelas ruas.

Neste ano foram registrados pelo menos mais três conflitos. Em 30 de janeiro, um condutor do Uber teve a janela de seu veículo quebrada e sofreu ferimento no braço. Em 23 de abril, uma passageira que contratou o aplicativo ficou ferida depois que motoristas de praça apedrejaram um Fox na Avenida Raja Gabaglia, no Estoril, Região Oeste. No dia seguinte, mas dois carros do sistema de aplicativos foram apedrejados em locais diferentes da Região Centro-Sul.

Na madrugada de 19 de setembro do ano passado, um condutor do aplicativo foi chamado para pegar três passageiras na Avenida Alfredo Balena, no Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul. Ele teve o carro cercado por motoristas e seu celular foi roubado. As passageiras foram retiradas do carro, que foi danificado. Em menos de 24 horas, outro confronto ocorreu no Bairro Estoril, Oeste de BH, quando outro parceiro do aplicativo também teve o carro estragado por taxistas.

Ainda em 2015, até o deputado federal Laudívio Carvalho foi alvo de intimidação. Em 28 de setembro, ele teve o carro em que estava cercado por dois taxistas, que pensaram que o político fazia uso do serviço de aplicativo, quando deixava um salão de festas em Nova Lima..