(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Chuvas fora de época são insuficientes para impedir ameaça de queimadas

Volume acumulado acima da média em junho não reduz o déficit do atual período chuvoso. Redução da estrutura de combate às chamas agrava a situação no estado


postado em 07/06/2016 06:00 / atualizado em 07/06/2016 07:50

Em 2015, o fogo atingiu 30% da área do Parque Estadual do Rola-Moça, o que coloca a unidade em risco (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Em 2015, o fogo atingiu 30% da área do Parque Estadual do Rola-Moça, o que coloca a unidade em risco (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
As chuvas dos últimos dias (72 milímetros), que superaram a média para o mês (14,1 mm), não devem afastar o fantasma das queimadas em parques e áreas de preservação ambiental em Minas Gerais. Com índice pluviométrico abaixo da média histórica, o volume acumulado não é suficiente para impedir os incêndios que são ameaça recorrente à cobertura vegetal do estado na estiagem. Entre junho e novembro, o período de queimadas pode se agravar em função da diminuição na estrutura de combate imposta por reduções orçamentárias.

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semad) contará com cerca R$ 25 milhões para o combate ao incêndio – cerca de R$ 13 milhões para a contração de 10 aviões do tipo air tractor, R$ 9 milhões para convênio com a Polícia Militar, que ajuda no combate, e cerca de R$ 3 milhões para a contratação de brigadistas temporários.

As restrições orçamentárias resultarão em rearranjos no número do efetivo para combater as chamas. De 408 contratados no ano passado, o número passará para 381 que, em vez de cinco meses, atuarão por quatro. “A estrutura não difere muito da do ano passado. Contaremos com as brigadas voluntárias para suprir a demanda da contratação temporária”, afirmou o diretor de prevenção e combate a incêndios florestais e eventos críticos da Semad, Rodrigo Bueno de Melo. Segundo ele, a redução no valor para a contratação de brigadistas se deve à necessidade de adequação à Lei de Responsabilidade Fiscal.

No ano passado, as chamas atingiram 74 mil hectares de mata, o que corresponde a 2,4% da área total das unidades de conservação do estado. “É um número alto, o maior nos últimos cinco anos”, afirma. Um dos locais com maior perda foi o Parque Estadual do Rola-Moça que teve cerca de 30% de área atingidos pelo fogo – 1,2 mil hectares do total de 4 mil hectares. Rodrigo lembra que a topografia acidentada do parque e o período seco combinado com altas temperaturas contribuíram para colocar em risco o parque.

Rodrigo lembra que o mato não está completamente seco em função das chuvas dos últimos dias. “A chuva traz um alívio temporário, porque o acumulado do ano indica índices abaixo da média”, diz, lembrando que a seca teve início em 2013. No entanto, mesmo com as chuvas, pequenos incêndios atingiram no Rola-Moça, Parque Estadual Serra Verde na Região Metropolitana. As chamas também atingiram áreas no Norte de Minas. A Smad conta com dois helicópteros próprios, a Esquadrilha Guará, e com reforços de aeronaves da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.

A prevenção a incêndios requer a conscientização das comunidades do entorno das áreas de preservação ambiental, trabalho que teve início em maio, conforme destaca Rodrigo. A Smad iniciou 20 Ações Comunitárias Ambientais Previncêndio (Acap), que prevê palestras e ações informativas. A Fundação de Parques Municipais (FPM) também realiza campanha de prevenção e combate a incêndios.

“Com o tempo seco, a vegetação dos parques fica mais suscetível à propagação rápida do fogo. A campanha busca conscientizar sobre a importância de atitudes simples e como incêndios são danosos para a fauna e flora de nossas áreas verdes”, conta Karine Paiva, presidente da FPM. Serão afixadas faixas educativas nos parques com históricos de queimadas e haverá mobilização nos comércios e residências próximas, com distribuição de materiais informativos.

De acordo com Tempo Clima PUC Minas, a partir de meados de junho, a tendência é redução de chuva em Belo Horizonte, o que deverá se manter até setembro. “Em relação à prevenção de incêndios, a tendência climatológica mostra que teremos período mais seco, devido ao baixo volume de chuva registrado no período chuvoso, que equivale aos meses de outubro de 2015 a março deste ano”, afirma a meteorologista do Tempo Clima PUC Minas, Natália Cantuária.

Em janeiro, a precipitação foi de 328,9 mm, índice acima da média para o mês (296,3 mm). Em fevereiro, março, abril e maio, ficou abaixo, sendo que em maio não choveu na capital.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)