Suspeito de atuar como comparsa dele, Lucas Batista Corrêa, de 20, que segundo a PM aparece nas imagens das câmeras do sistema de monitoramento Olho Vivo entregando a arma para o menor atirar, também permanece preso, acusado de porte ilegal de arma.
O segundo adulto preso pela PM, na segunda-feira, Vitor Gomes Barbosa, de 18, que escondeu o menor e a arma na casa dele, no Bairro Gutierrez, Região Oeste da capital, foi liberado, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil.
De acordo com a Polícia Civil, o adolescente foi ouvido no inquérito que apura o homicídio e assumiu ter disparado o tiro que atingiu o rosto e atravessou o crânio da vítima. “A Polícia Civil já requisitou imagens do Olho Vivo e ainda investiga o real envolvimento dos dois maiores de idade no homicídio. Não está descartada a participação deles”, informou a assessoria de imprensa da Polícia Civil. A motivação do crime não foi revelada pela polícia.
O vigilante da Justiça Federal João Vitor morava com a família no Bairro Santa Tereza, onde estudou no Colégio Militar, voltados para filhos de militares e que funciona junto com o 16º Batalhão da PM, na Praça Duque de Caxias, local do crime.
O comandante da 20ª Companhia da PM, unidade responsável pela segurança no bairro, major Ronaldo Moreira dos Santos, mobilizou uma equipe de PMs que trabalhou mais de 24 horas para prender os suspeitos na segunda-feira. O revólver calibre 38 usado no crime e quatro celulares foram apreendidos com os suspeitos. Como o acusado de praticar o homicídio é menor, o caso é investigado pela Delegacia de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad).
Assustados com a onda de violência no Santa Tereza, moradores organizam manifestação para o próximo domingo na Praça Duque de Caxias, para pedir mais segurança. Os roubos de celulares são constantes no bairro, principalmente nas vias de acesso às estações do metrô Santa Tereza e Santa Efigênia.
Na Rua Mármore, alguns estabelecimentos, como salões de beleza, trabalham com portas trancadas.
O crime foi às 16h e revoltou moradores da região. Encontrado inconsciente, Moacyr foi internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS). Na Rua Paraisópolis com Salinas, o dono de um bar instalou portão com controle remoto e câmeras de vigilância para monitorar a chegada e saída de clientes.
O presidente da Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza, João Bosco Alves Queiroz, disse que a população está alarmada depois do assassinato de domingo. Ele disse ter participado de duas assembleias com o comandante da 20ª Companhia da PM e que o major Ronaldo Moreira anotou todas as reclamações e prometeu tomar providências para melhorar a segurança no bairro. “Com esse assassinato agora, todo mundo está alarmado. E foi perto do batalhão, inclusive”, disse João Bosco. A esperança dele é com a promessa da PM e da Guarda Municipal de instalação de mais sete câmeras do Olho Vivo no bairro. Hoje, são oito aparelhos funcionando.
O major Ronaldo disse ter feito várias reuniões com a comunidade do Santa Tereza. “Criamos uma rede em um aplicativo na internet justamente para a comunidade comunicar todas as hipóteses de crimes e suspeitos circulando pelo bairro. Temos um canal de comunicação muito estreito com os moradores e certamente vamos conseguir ótimos resultados. Com relação ao fato que envolveu o senhor Moacyr, o autor da lesão corporal grave também foi preso. Estamos fazendo nosso trabalho, realizando prisões e medidas preventivas com apoio da comunidade”, disse o major.
(RG)
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