“Apesar disso, ainda não significar a cura, existe a possibilidade de tentar um passo anterior ao da pesquisa, que é mais arriscada”, afirma a médica, que acompanha o caso há nove anos e se tornou madrinha de crisma do garoto. Segundo Bessa, ao tomar a quimioterapia oral, indicada apenas para manter a estabilidade do paciente ainda no Brasil, durante os 15 dias da campanha recorde de solidariedade e de doações que uniu milhares de pessoas em torno da causa #somostodosromerinho, o estudante teve uma resposta fora da curva.
Em 2014, o garoto fez um transplante de medula óssea, doada por Carolina, sua irmã mais nova, de 8, mas a leucemia apareceu logo depois no sistema nervoso central. “Posso dizer que a única esperança é o tratamento nos Estados Unidos”, sentenciou a especialista, na época. “Não é o esperado que o paciente responda a qualquer tratamento após duas recidivas, sendo uma na medula e outra no sistema nervoso. Tanto é que os grandes centros de transplante brasileiros consultados não indicaram tratamento adicional. O paciente foi considerado fora de possibilidade terapêutica. Ou seja, a recuperação de Romerinho agora foi uma surpresa”, diz a médica.
A hematologista explicou que, quando a doença volta depois de um transplante, a perspectiva de cura é muito pequena, daí a necessidade de buscar outro tratamento que não seja tão tóxico e garanta maior sobrevida.
Há possibilidade de o tratamento alternativo ser suficiente para a leucemia não voltar. “Mas só o tempo dirá. Romerinho sempre foi um paciente diferente, mas o câncer é traiçoeiro”, explica ela, lembrando que o estudante deverá permanecer este ano no hospital. Se a doença voltar, Romerinho ainda poderá ser submetido à pesquisa clínica. Ela completa: “Quem sabe, a vibração das orações e boas energias possam ter ajudado nessas modificações do quadro”, diz a médica, que se manifesta como espírita, mas afirma agir com base na ciência na lida com os pacientes.
Até agora, a família se mantém recolhida, preocupada em organizar a documentação e com os exames de saúde de Romerinho. “Estou em paz, com o coração aliviado, acreditando que tudo vai dar 100% certo”, diz a mãe do garoto, Simone Silva do Espírito Santo, que nunca duvidou da possibilidade de recuperação do filho. O pai, Romero, já retornou ao Brasil para retomar os negócios da papelaria da família, em Contagem. Perguntado, por meio de mensagens, sobre o tratamento, Romerinho responde que está “bem”. A mãe se diz satisfeita com o curso de inglês do jovem no Brasil, que se formaria ano que vem e já havia sido convidado a dar aulas. “Estão confundindo Romerinho com um americano.