Os organizadores do evento destacaram que, em três décadas da criação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a sociedade brasileira constatou o valor do investimento no setor para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Participaram da manifestação dirigentes e ex-dirigentes da universidade, professores, técnicos e estudantes. A manifestação recebeu apoio de entidades como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Nota do Conselho Universitário da UFMG lida na reunião considerou a fusão dos ministérios como “grave retrocesso”. O reitor Jaime Ramírez afirmou que a comunidade da UFMG deve deixar clara sua indignação contra a decisão “inaceitável” e defendeu uma política de Estado para a ciência e tecnologia “forte e de longo prazo, que atenda aos interesses do país”.
A vice-reitora Sandra Goulart Almeida também ressaltou o papel da universidade como foco de resistência. “Não podemos abrir mão de valores como os que têm gerado avanços e contribuir para um movimento unificado que leve à recriação do MICT, que deve ganhar cada vez mais relevância, como promotor de desenvolvimento, cidadania e inclusão”, disse.
O professor Ronaldo Pena, reitor na gestão 2006-2010 e hoje à frente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), lembrou que não se faz desenvolvimento sustentável sem inovação tecnológica. “Não se deve misturar coisas que não se misturam, como comunicações e ciência, tecnologia e inovação.
Entidades apoiaram manifestação
As entidades que representam estudantes, técnico-administrativos e professores também tiveram voz na manifestação. Isabela Mendes, da diretoria recém-eleita do DCE, garantiu apoio da entidade ao movimento “contra retrocessos e pelos direitos sociais". "Não queremos menos ciência, tecnologia e inovação. Queremos mais”, disse a estudante.
A coordenadora do Sindifes, Cristina Del Papa, manifestou apoio ao ato, chamou a atenção para projeto de lei que contém medidas prejudiciais aos servidores federais e pregou a defesa “da educação e da universidade pública, de qualidade”. Representante da Apubh, o professor Armando Neves exaltou a união dos diversos segmentos contra o que também classificou de retrocesso. “Devemos nos espelhar nos artistas, que conseguiram a recriação do Ministério da Cultura. E promover outros atos como este, tantos quantos forem necessários.”
(RB)
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