Evane contou que no feriado de Corpus Christi, seis dias antes de Raiane ser assassinada, Jairo esteve na casa onde a menina morava e fez algumas perguntas a respeito da rotina da criança e de seus parentes. Ele perguntou se Raiane ficava sozinha em casa, se o pai dela ficava com ela e se um adolescente de 17 anos, chamado Johnny, irmão de criação de Raiane, também permanecia no imóvel.
"Ele premeditou tudo. Eu não queria acreditar nisso, mas as circunstâncias levam a esse entendimento", disse Evane, que também não acredita que o assassino confesso tenha arrancado e enterrado o coração da Raiane para "fazer uma simpatia que trouxesse chuva para a região." "Essa história não convence em lugar nenhum. Foi uma monstruosidade o que ele fez", disse a auxiliar de enfermagem.
O autor estava morando com uma mulher a seis quilômetros da casa da família de Raiane. A menina morava com o pai, Sebastião, a avó materna, Estelita. A mãe da garota, Darci Cândida Costa, morreu de problemas cardíacos há oito meses. Ela tinha 47 anos.
REVOLTA Por causa do clima de revolta dos moradores de Buenópolis, que ontem à noite fizeram uma passeata contra a violência e em favor de justiça, a Polícia Civil desistiu de levar Jairo Lopes até o local do crime, para ele mostrar onde teria enterrado o coração da criança. Entretanto, temendo uma tentativa de linchamento, os policiais desistiram da iniciativa.
Jairo está preso em Curvelo e até esta sexta-feira será transferido para um presídio de Ribeirão das Neves. A informação da transferência é da delegada regional de Curvelo, Margaret de Assis Rocha.