Uma estudante belo-horizontina do curso de administração pública da Fundação João Pinheiro (FJP), de 19 anos, denunciou ter sido vítima de um estupro coletivo num congresso da área em Bom Despacho, no Centro-Oeste mineiro, sendo que os três suspeitos são funcionários públicos estaduais, um deles palestrante do evento. A polícia informou já ter identificado os suspeitos e a reportagem apurou que a prisão deles deve ser pedida nos próximos dias, já que testemunhas fundamentaram a denúncia o suficiente, na avaliação da polícia. Descrita como uma aluna muito ligada ao movimento estudantil, a jovem estava entre os 400 participantes do segundo Encontro Mineiro de Estudantes do Campo de Pública (II Em Público) e afirma ter sido molestada quando estava desacordada, na última sexta-feira, mas apenas na quarta-feira reuniu coragem para ir acompanhada do pai à Polícia Civil, na capital mineira, para denunciar o ocorrido. O motivo alegado para a demora é ter a família da vítima um caso de estupro ainda traumático.
Pelas redes sociais, a jovem que sofreu a agressão sexual se manifestou. “Nesse último EM Público sofri um abuso. Estava em uma situação vulnerável, inconsciente. Fui surpreendida por essa situação terrível, em que estava diante de um homem que acreditou que poderia fazer sexo com uma pessoa na situação em que eu estava. Minha primeira reação: choque. Minha segunda reação: preciso sair daqui. Tento fugir, ele foi atrás. É quando reúno minhas forças e consigo dizer não, para ele parar – sabia que eu não merecia passar por aquilo e que eu não precisaria passar. Ele me larga. Saio daquele quarto extremamente humilhada”.
De acordo com a delegada-chefe da Divisão de Polícia Especializada da Mulher, do Idoso e do Deficiente, Danúbia Soares Quadros, a estudante da FJP chegou à delegacia muito abalada, nervosa e chorando muito. “Ela disse que ficou com um dos rapazes, de 24 anos, no primeiro dia, durante uma festa de confraternização. Contou que bebeu muito e acabou indo para o quarto dele, onde perdeu os sentidos”, relata. Segundo o depoimento à polícia, a jovem relatou ter acordado numa cama de casal com um dos rapazes nus a puxando em sua direção e que viu do outro lado da cama um outro, de cueca. O homem com quem estava tendo um relacionamento se encontrava dormindo num beliche. “A vítima disse que se assustou e tentou correr para o banheiro, mas que eles tentaram agarrá-la e beijá-la. Ela chegou a dizer: ‘O que vocês pensam que eu sou’. Então o rapaz com que tinha ficado jogou para ela uma das camisas dos suspeitos e ela escapou”, relata a delegada.
Um casal chegou a ver a jovem fugindo do quarto trôpega e os três suspeitos dentro do cômodo, de cuecas. Segundo a delegada, eles foram localizados, mas ainda não foram ouvidos. A vítima chegou a fazer uso do coquetel antirretroviral para prevenir de doenças infecciosas como a Aids, mas a medida não teria mais eficácia devido ao tempo decorrido. Um exame de corpo de delito também foi feito, mas ainda não apresentou resultados. “O testemunho do casal é uma das provas mais forte. Se forem confirmadas as acusações, eles podem ser condenados por estupro de incapaz, por ter a vítima estado desacordada, com agravante do recurso de mais pessoas, o que pode levar a prisão de 8 a 15 anos”, afirma a policial.
Fundação divulga nota de repúdio
A Fundação João Pinheiro se manifestou, por meio de nota do seu presidente, Roberto do Nascimento Rodrigues, sobre as denúncias de estupro coletivo em evento com a participação de alunos e ex-estudantes. “O presidente da Fundação João Pinheiro repudia quaisquer atos de violência, opressão, constrangimento ou equivalentes, praticados contra membros da instituição, em particular aqueles relacionados aos alunos da Escola de Governo Paulo Neves de Carvalho”, informou. A nota destaca ainda que “já foram iniciados os procedimentos para apoio à vítima”.
O presidente da Federação Nacional dos Estudantes dos Cursos do Campo de Públicas (Feneap), André Vechi, esteve no evento e também manifestou repúdio à ação, especialmente por um dos suspeitos ser um palestrante que deveria transmitir conhecimento e não molestar congressistas. “Lamentamos profundamente, não é o tipo de fato para um evento estudantil. Nos solidarizamos com a vítima”, disse.
Pelas redes sociais, a jovem que sofreu a agressão sexual se manifestou. “Nesse último EM Público sofri um abuso. Estava em uma situação vulnerável, inconsciente. Fui surpreendida por essa situação terrível, em que estava diante de um homem que acreditou que poderia fazer sexo com uma pessoa na situação em que eu estava. Minha primeira reação: choque. Minha segunda reação: preciso sair daqui. Tento fugir, ele foi atrás. É quando reúno minhas forças e consigo dizer não, para ele parar – sabia que eu não merecia passar por aquilo e que eu não precisaria passar. Ele me larga. Saio daquele quarto extremamente humilhada”.
De acordo com a delegada-chefe da Divisão de Polícia Especializada da Mulher, do Idoso e do Deficiente, Danúbia Soares Quadros, a estudante da FJP chegou à delegacia muito abalada, nervosa e chorando muito. “Ela disse que ficou com um dos rapazes, de 24 anos, no primeiro dia, durante uma festa de confraternização. Contou que bebeu muito e acabou indo para o quarto dele, onde perdeu os sentidos”, relata. Segundo o depoimento à polícia, a jovem relatou ter acordado numa cama de casal com um dos rapazes nus a puxando em sua direção e que viu do outro lado da cama um outro, de cueca. O homem com quem estava tendo um relacionamento se encontrava dormindo num beliche. “A vítima disse que se assustou e tentou correr para o banheiro, mas que eles tentaram agarrá-la e beijá-la. Ela chegou a dizer: ‘O que vocês pensam que eu sou’. Então o rapaz com que tinha ficado jogou para ela uma das camisas dos suspeitos e ela escapou”, relata a delegada.
Um casal chegou a ver a jovem fugindo do quarto trôpega e os três suspeitos dentro do cômodo, de cuecas. Segundo a delegada, eles foram localizados, mas ainda não foram ouvidos. A vítima chegou a fazer uso do coquetel antirretroviral para prevenir de doenças infecciosas como a Aids, mas a medida não teria mais eficácia devido ao tempo decorrido. Um exame de corpo de delito também foi feito, mas ainda não apresentou resultados. “O testemunho do casal é uma das provas mais forte. Se forem confirmadas as acusações, eles podem ser condenados por estupro de incapaz, por ter a vítima estado desacordada, com agravante do recurso de mais pessoas, o que pode levar a prisão de 8 a 15 anos”, afirma a policial.
Fundação divulga nota de repúdio
A Fundação João Pinheiro se manifestou, por meio de nota do seu presidente, Roberto do Nascimento Rodrigues, sobre as denúncias de estupro coletivo em evento com a participação de alunos e ex-estudantes. “O presidente da Fundação João Pinheiro repudia quaisquer atos de violência, opressão, constrangimento ou equivalentes, praticados contra membros da instituição, em particular aqueles relacionados aos alunos da Escola de Governo Paulo Neves de Carvalho”, informou. A nota destaca ainda que “já foram iniciados os procedimentos para apoio à vítima”.
O presidente da Federação Nacional dos Estudantes dos Cursos do Campo de Públicas (Feneap), André Vechi, esteve no evento e também manifestou repúdio à ação, especialmente por um dos suspeitos ser um palestrante que deveria transmitir conhecimento e não molestar congressistas. “Lamentamos profundamente, não é o tipo de fato para um evento estudantil. Nos solidarizamos com a vítima”, disse.