Belo Horizonte registrou nos quatro primeiros meses do ano uma média de 1,7 homicídio por dia. Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) mostram que a capital mineira teve 211 assassinatos no quadrimestre. O número registra queda de 3,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 218 pessoas foram mortas. Porém, a redução que já foi de 11,61% no primeiro bimestre vem caindo em março e abril, que apresentam mais mortes do que 2015. Já o crime de tentativa de homicídio teve alta de 18,5% e os roubos de 30,7%. Estupro, tentativa de estupro, sequestro e cárcere privado, tiveram redução ou se mantiveram estáveis.
Os homicídios em Belo Horizonte vêm aumentando desde março deste ano. No mês, foram registrados 58 ocorrências, contra 55 do mesmo período do ano passado. Abril foram 57 em 2016 contra 55 de 2015. Em janeiro e fevereiro os números apresentaram redução. No primeiro mês foram 52 e no segundo 44, em 2015 foram feitos 56 e 52 boletins de ocorrências, respectivamente.
Para o capitão Flávio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da Polícia Militar, os índices de homicídio devem diminuir até o fim do ano. “Apesar da redução, toda vida para nós é importante. Tem uma linha tênue de tendência a redução. Se fizermos uma linha no tempo até o final do ano, devemos ter uma melhora. Para conter esses casos, investimos nas medições de conflito, apreensões de armas. Neste ano, quase 10 mil armas apreendidas no estado, o que mostra uma prevenção da PM em relação a este delito”, disse. “Há o problema da repetição criminal. Quase duas mil pessoas foram presas mais de uma vez só na capital mineira neste ano. Então, o problema é que a PM faz a prisão e rapidamente o autor volta para a sociedade para o cometimento da mesma modalidade criminosa”, completou.
Enquanto os assassinatos apresentam redução no quadrimestre, as tentativas de homicídio apresentam alta de 18,5%. Em janeiro foram 84 vítimas, fevereiro, 56, março, 84, e abril 70. No ano passado, nos mesmos períodos, as forças de segurança do estado registraram 64, 46, 72, e 66, tentativas de assassinatos, respectivamente. No total, foram feitos 294 boletins de ocorrências em 2016.
Os roubos seguem sendo o desafio das autoridades na capital mineira. O número de ocorrências no quadrimestre chegou a 16.739, o que corresponde a um aumento de 30,7% em relação ao mesmo período de 2015, quando tiveram 12.799 casos. Em abril, o número de ocorrências diminuíram em relação a março. Foram 4.171, contra 4.264 do mês anterior. Outro crime que está em alta é a extorsão mediante a sequestro. Em BH, o número de ocorrências dobrou neste ano. Foram 18 contra 9 no primeiro quadrimestre de 2015. “Percebemos um leve decréscimo já (nos roubos). Lembrando que em Belo Horizonte tivemos um carnaval com com mais de dois milhões de pessoas em uma população flutuante. Isso, provoca um aumento de roubos na região. Independente disso, estamos investindo em rede de vizinhos protegidos, e em estratégias de autoproteção. Já são quase três mil registrados na capital e tem sido crescente as células, como comércios protegidos, escolas protegidas”, afirma Santiago.
Outros tipos de crime se mantiveram estáveis ou apresentaram quedas, algumas sifnificativas, em relação ao ano passado. O estupro apresentou redução de 19,5%. Foram 78 ocorrências no quadrimestre, contra 97 no mesmo período do ano passado. Em contrapartida, houve aumento de ocorrências em abril em relação a março. Foram 26 contra 18 do mês anterior.
A tentativa de estupro ficou praticamente estável. Foram registradas 20 ocorrências em 2016, contra 19 em 2015. O estupro de vulnerável apresentou queda de 18,9%. Foram 88 casos neste ano, contra 74 no quadrimestre do período anterior. A tentativa de estupro de vulnerável se manteve estável com oito ocorrências. O mesmo aconteceu com o sequestro, que teve 26 ocorrências.