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Estado de Minas

Presas ateiam fogo em colchões e cobertores no Ceresp Centro-Sul, em BH

O Corpo de Bombeiros foi acionado e os militares conseguiram controlar o incêndio. A motivação do motim ainda está sendo apurada pela Seds


postado em 10/06/2016 16:55 / atualizado em 10/06/2016 18:53

Bombeiros conseguiram controlar o incêndio(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Bombeiros conseguiram controlar o incêndio (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)

Presidiárias do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Centro-Sul colocaram fogo em colchões, cobertores e outros objetos na tarde desta sexta-feira. Viaturas do Corpo de Bombeiros foram ao local e conseguiram controlar a situação na unidade, que fica na Avenida Afonso Pena, no Bairro Funcionários. Por causa fumaça e queimaduras, algumas detentas, muitas grávidas, precisaram de atendimento médico. O motim aconteceu por causa da greve dos agentes penitenciários, anunciada para este sábado. Os presos estão insatisfeitos com o boato de que as visitas serão suspensas.

O fogo atingiu apenas uma cela do Ceresp Centro-Sul. As presas colocaram fogo em colhcões e cobertores. Uma fumaça escura e tóxica tomou conta de toda a unidade e chegou até ao Departamento de Investigação Antidrogas que funciona ao lado. "Pedimos para a diretora retirar as mulheres porque iriam acabar morrendo. Ela se negou, por isso, os policiais abriram a porta da cela para retirar as detentas. Com mais 10 minutos elas tinham morrido", contou uma fonte que preferiu o anonimato.

Agentes do Comando de Operações Especiais (Cope) da Seds conseguiram controlar o tumulto. As presas foram retirdas e levadas para o pátio. Oito presas que estavam grávidas foram separadas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as gestantes foram intoxicadas pela fumaça. Outras detentas foram feridas por tiros de bala de borracha. Uma viatura da corporação e quatro do Seviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram empenhadas na ocorrência. Cinco médicos socorreram as detentas. Ao menos cinco, tiveram que ser levadas para um hospital. Porém, a informação é que os estados de saúde delas não são graves.

O trânsito ficou lento na Avenida Afonso Pena(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
O trânsito ficou lento na Avenida Afonso Pena (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)


De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), o tumulto começou por volta das 16h. A direção da unidade vai instaurar uma investigação preliminar para apurar o ocorrido sob o aspecto administrativo.

Essa não foi o primeiro tumulto em presídios de Minas Gerais nesta sexta-feira. Mais cedo, policiais militares foram mobilizados para conter uma possível confusão no Presídio de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Segundo um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) local, os presos ficaram alvoroçados com a possibilidade de não haver visitas no fim de semana por conta da greve dos agentes penitenciários, que começa no sábado.

A Polícia Militar (PM) foi acionada para fazer a prevenção de um motim. A rua próxima ao local foi interditada, mas liberada pouco depois das 12h, após a situação ser controlada. Policiais vistoriaram o local e constataram que não houve feridos ou danos na estrutura.

A greve dos agentes foi divulgada na última terça-feira. Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária de Minas Gerais (SINDASP-MG), Adeilton Rocha, a categoria cobra a aprovação lei orgânica do sistema prisional, o abono fardamento, e reclama do atraso do cronograma do curso de formação de 2013, entre outras reivindicações. Os agentes também denunciam a superlotação do sistema prisional, assim como más condições do encarceramento dos presos e trabalho dos agentes.

Militares reforçaram a segurança no Presídio de Governador Valadares(foto: Polícia Militar (PM) / Divulgação)
Militares reforçaram a segurança no Presídio de Governador Valadares (foto: Polícia Militar (PM) / Divulgação)


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