Um dos primeiros militares a chegar ao cruzamento das avenidas Londres e João César de Oliveira, onde fica a Praça Paulo Pinheiro Chagas, foi o sargento Gerson Lisboa, da 186ª Companhia do 39º Batalhão. Segundo ele, cerca de 30 torcedores do Atlético e 50 do Cruzeiro se encontraram no momento em que cada grupo se dirigia para a partida realizada ontem entre os dois clubes, válida pelo Campeonato Brasileiro, na Arena Independência, Bairro Horto, Leste de BH. “A situação era de confronto. Solicitamos apoio do Batalhão de Choque e do helicóptero.
Vídeos divulgados na internet mostram os momentos de selvageria. Pelas imagens, é possível ver pedras voando e rolando a todo momento, com correria dos envolvidos. Depois que todos foram embora, a praça ficou cheia de pedras espalhadas. Também foi vista uma barra de ferro solta no chão e alguns pedaços de pau. Uma das pedras lançadas acabou acertando o vidro de um supermercado da região, dando um susto nos funcionários que trabalhavam no momento. Foi necessário fechar a porta do estabelecimento para que a confusão não entrasse no supermercado ou atingisse algum cliente. Pessoas que trabalham no local disseram que viram um torcedor tomando uma paulada, chegando a pensar que ele poderia morrer no local. O taxista José Mauro Chaves, de 51 anos, que esperava passageiros no ponto da praça no momento da briga, disse que um dos motoristas saiu no prejuízo com um vidro quebrado. “Vários carros passaram no sinal vermelho para fugir da confusão. Fiquei com muito medo e também saí. Sou um pai de família e ainda dirijo táxi dos outros, imagina se acontece alguma coisa comigo?”, questiona o motorista profissional.
FERIDOS Segundo a PM, foram encaminhados para o HPS João XXIII três torcedores do Atlético com escoriações pelo corpo. Yuri Breno de Assis, de 22 anos, Breno Caique Silvestre Pereira, de 21, e Luiz Fernando Gonzaga Vitalino, de 32.
Mesmo com a presença de viaturas do 39º Batalhão, do Choque e com o rastreamento do helicóptero da PM, não foi possível prender nenhum agressor. “Inicialmente, nós agimos para isolar os atleticanos, que estavam em menor número, e nos preocupamos com as vítimas. Com a chegada dos militares do Batalhão de Choque, rapidamente as pessoas se dispersaram”, justifica o sargento. O militar disse ainda que recebeu da central de monitoramento do Olho Vivo um comunicado de que as câmeras da praça flagraram a selvageria e que as imagens serão encaminhadas para a Polícia Civil para a identificação do maior número possível de envolvidos no caso.