Os ventos fortes tradicionais desta época do ano serve de atrativo para uma brincadeira antiga que ainda conquista crianças e adultos: as pipas ou papagaios. A diversão, porém, acaba sendo perigosa com o uso do cerol, mas também com riscos relacionados com a rede elétrica. Somente em 2016, a Cemig registrou 851 ocorrências de interrupção no fornecimento de energia elétrica por causa das pipas e papagaios em Minas Gerais. Os problemas prejudicaram aproximadamente 280 mil consumidores.
A Região Metropolitana de Belo Horizonte registrou, somente nos primeiros cinco meses do ano, 372 desligamentos provocados por pipas na rede elétrica. O principal causador dos problemas com a eletricidade são as linhas com cerol. A mistura cortante feita com cola, vidro e restos de materiais condutores de energia provoca o rompimento dos cabos, além de ser risco para motociclistas e pedestres. Outras ocorrências acontecem quando as pessoas tentam retirar os papagaios da rede. “As pipas devem ser empinadas em locais abertos e afastados da rede elétrica. Jamais use fios metálicos ou cerol e, caso a pipa fique presa, não tente resgatá-la”, ensina o engenheiro eletricista da Cemig Demetrio Venicio. O profissional alerta também para o risco do uso da linha chilena, um tipo de cabo mais potente que o cerol que é feito em escala industrial.
Nos últimos anos, foram registrados acidentes com papagaios ou pipas presos na rede elétrica. Segundo a Cemig, entre 2015 e 2016, uma pessoa morreu e outras três tiveram ferimentos graves em Minas Gerais em ocorrências desse tipo. O maior problema é quando as pessoas, na maioria crianças, tentam retirar os objetos usando materiais condutores, como pedaços de madeira ou barras metálicas. Em contato com a rede elétrica, eles provocam choque. Nesses casos, as consequências mais comuns são traumatismos devido às quedas e queimaduras graves. (RB)