“Das 20 crianças, adolescentes e jovens (estudadas) que residiram nos Estados Unidos, 55% chegaram ao Brasil com idade inferior a 12 anos. (…) É mais fácil voltar com elas nessa faixa etária, quando ainda podem ser facilmente integradas à vida no local de origem dos pais, do que mais tarde, quando possivelmente estarão mais integradas aos Estados Unidos, já com uma resistência maior ao retorno”, escreveu a pesquisadora.
Os três filhos de Leidiane Oliveira, de 34 anos, e João Emídio, de 38, nasceram na América e se mudaram para Governador Valadares, terra dos pais, em 2011. Letícia, hoje com 12 anos, Larissa, de 8, e João, de 5, não tiveram problemas em se adaptar ao Vale do Rio Doce. O casal morou no estrangeiro por 12 anos. “Fomos dois e voltamos cinco”, conta a mãe, garantindo que, na hipótese de os adultos migrarem novamente, não deixarão as crianças para trás. “Nossa família não se separa.
Por outro lado, quando partem dos Estados Unidos em uma idade mais avançada, os filhos de valadarenses nascidos lá e os que migraram com os pais quando bem pequenos podem ter dificuldade em deixar a América e se adaptar ao Brasil. “Se retornam já quase adultos, deveriam participar da decisão do retorno e ter suas necessidades também consideradas quando a decisão é tomada pela família”, recomenda Silvana.
A ORIGEM Os primeiros contatos de valadarenses com norte-americanos ocorreu na década de 1940, quando os estrangeiros exploraram no Vale do Rio Doce a mica, mineral usado, entre outras finalidades, como isolante em equipamentos de alta-tensão. Os americanos ajudaram a fomentar a economia local e as famílias mais abastadas mandaram os filhos para estudar na terra do Tio Sam. Os que voltaram bem-sucedidos ajudaram a construir, no imaginário da população, o sonho do eldorado americano. Na década de 1980, explodiu a vontade de valadarenses de buscar melhor qualidade de vida na América..