Leitores do jornal, convocados por meio da hashtag #metroimaginario, vão usar as redes sociais e o WhatsApp para apontar caminhos para o sistema (veja abaixo como participar). A proposta da reportagem é coletar e tabular as participações e, junto a especialistas, traçar o mapa e as estruturas do que seria o metrô ideal no imaginário da população. As obras do sistema começaram em 1981, com conclusão prevista para 1986 do trecho definido como prioritário, de 37 quilômetros. Passadas três décadas, após frustradas inúmeras promessas de ampliação, a ligação entre Eldorado e Vilarinho não ultrapassa 28,1 quilômetros.
A única maneira de romper o ciclo vicioso que transformou técnica e transporte em jogo político é a cobrança e o envolvimento da população, segundo o professor Márcio Aguiar, coordenador de engenharia, transporte e trânsito da Universidade Fumec. “Falta vontade política. Acompanho isso desde os anos 1980, com reduções sucessivas nas linhas dos projetos. Precisamos levar isso mais a sério, porque o metrô é um modal mais caro, mas bem mais eficiente, porque não concorre com o trânsito. Soluções como o monotrilho por exemplo seriam economicamente mais viáveis, correspondendo a 50% do valor, com a mesma eficiência do metrô”, sugere o especialista.
“Na última sexta-feira, operamos com 17 trens nos horários de pico, quando o ideal seriam 21. Para esta segunda-feira, não teremos 15 trens, o mínimo considerado seguro”, critica Alda Santos, presidente do sindicato dos metroviários. Segundo ela, a impossibilidade da renovação de contratos com empresas terceirizadas também gera problemas de segurança e limpeza, devido à falta de repasses e cortes orçamentários. Ainda de acordo com Alda, dos R$ 120 milhões previstos inicialmente para o metrô de BH este ano, só seriam liberados R$ 78 milhões, montante que voltou a ser cortado. A liberação de R$ 40 milhões ainda estaria pendente.
Segundo a sindicalista, assembleia de amanhã tem indicativo de paralisação por questão de segurança, devido à falta de trens. “Com as plataformas cheias, seria preciso fechar as estações. Hoje, na manutenção, no almoxarifado, temos falta de aproximadamente 1 mil itens, desde artigos simples do setor administrativo até pastilhas de freio. Na soma dos contratos contínuos, a CBTU tem hoje dívida de 8 milhões”, estima. Procurada pela reportagem, a CBTU não se pronunciou até o fechamento desta edição.
Escolha como participar
- Deixe um comentário em www.em.com.br/metroimaginario
- Envie um WhatsApp para o Estado de Minas: (31) 99918-4155
- Use a hashtag #metroimaginario em posts públicos no Facebook, Instagram ou Twitter