O trajeto de 50 quilômetros da van que viaja com alunos de três instituições de ensino superior de Belo Horizonte a Matozinhos, na região metropolitana, é cercado de perigos. No interior do veículo, no escuro, quem cochila é por não ter forças para ficar acordado, com fôlego drenado pelas várias horas de trabalho e estudo. Mas quem está desperto vive intensamente essas ameaças nas rodovias MG-010 (Linha Verde) e MG-424.
Na via que leva ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, a velocidade máxima é de 110 km/h, mas a van roda a 90 km/h. De repente, a seu lado, passa uma perua clandestina repleta de alunos. Ela trafega tão rápido que, para fugir da fiscalização por radar, manobra bruscamente para a área de escape zebrada, que fica fora do alcance do equipamento, para depois retornar à pista. Perigos assim atormentam os estudantes e também suas famílias. “Lá em casa, quando chego, às vezes lá pela meia-noite e meia, meus pais ainda estão acordados, esperando. Se demoro, ligam para saber se está tudo bem. É uma grande tensão todos os dias”, conta o estudante de negócios internacionais Maykon Marques Vieira, de 22 anos.
Só a adrenalina mesmo para deixar acordado o estudante de direito Fredy Willians Sales, de 23. O jovem trabalha em Betim, na Grande BH, das 9h às 17h, e tem de chegar à faculdade, na Região Centro-Sul de BH, até as 19h, enfrentando o trânsito carregado da BR-381 e passando pelos dois trechos mais perigosos de Minas Gerais, que ficam nessa via, entre Betim e Contagem.
“É super cansativo. Mas é o que podemos fazer para ter um futuro melhor. Quando conto para meus colegas que a gente vai e volta de matozinhos todos os dias para estudar, muitos não acreditam. Mas a realidade é que, com isso, perdemos monitorias, palestras e confraternizações fora do nosso horário”, lamenta o universitário.
Até mesmo o rendimento chega a ser prejudicado por uma jornada tão exaustiva. “Certamente a gente rende menos do que poderia, por uma questão física mesmo. Bate o sono e você não consegue parar de bocejar. Mas é o que temos de enfrentar”, afirma o estudante de ciências da computação Frederico Ávila, de 22.
Há nove anos nesse trajeto, o motorista José Mariano Pimenta, de 51, conta que a irresponsabilidade de muitos condutores que trafegam à noite é pior do que a falta de condições em alguns trechos de estrada, sobretudo na MG-424. “Tem muita carreta que roda nesse horário querendo fazer render a viagem, e por isso acelera demais, ultrapassa a gente em faixa contínua e depois tenta voltar para a estrada espremendo quem está do lado. Não é fácil, não”, considera.
De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), o transporte irregular de passageiros, “seja ele realizado por qualquer modalidade de veículos, não é tolerado pelo governo de Minas Gerais”, que tem intensificado as ações de fiscalização no estado. “Elas (as fiscalizações) são realizadas em pontos diversificados e horários aleatórios, para que sejam evitadas as rotas de fuga. A fiscalização age na Região Metropolitana de BH em parceria com a Polícia Militar e, no interior, com as polícias rodoviárias Estadual e Federal”, informou o departamento, por meio de nota.
Ainda de acordo com o DER-MG, não há números específicos sobre o transporte universitário, mas, em 2015, aproximadamente 100 mil veículos foram abordados em mais de 7.200 ações de fiscalização, sendo que 8,5 mil veículos ficaram retidos e 1,8 mil passageiros tiveram de desembarcar no meio de seus percursos. Até o dia 31 de maio deste ano, foram abordados cerca de 35 mil veículos, em mais de 1.700 ações de fiscalização em todo o estado, com 2.700 veículos retidos e o transbordo de 862 pessoas, segundo o DER.
Na via que leva ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, a velocidade máxima é de 110 km/h, mas a van roda a 90 km/h. De repente, a seu lado, passa uma perua clandestina repleta de alunos. Ela trafega tão rápido que, para fugir da fiscalização por radar, manobra bruscamente para a área de escape zebrada, que fica fora do alcance do equipamento, para depois retornar à pista. Perigos assim atormentam os estudantes e também suas famílias. “Lá em casa, quando chego, às vezes lá pela meia-noite e meia, meus pais ainda estão acordados, esperando. Se demoro, ligam para saber se está tudo bem. É uma grande tensão todos os dias”, conta o estudante de negócios internacionais Maykon Marques Vieira, de 22 anos.
Só a adrenalina mesmo para deixar acordado o estudante de direito Fredy Willians Sales, de 23. O jovem trabalha em Betim, na Grande BH, das 9h às 17h, e tem de chegar à faculdade, na Região Centro-Sul de BH, até as 19h, enfrentando o trânsito carregado da BR-381 e passando pelos dois trechos mais perigosos de Minas Gerais, que ficam nessa via, entre Betim e Contagem.
“É super cansativo. Mas é o que podemos fazer para ter um futuro melhor. Quando conto para meus colegas que a gente vai e volta de matozinhos todos os dias para estudar, muitos não acreditam. Mas a realidade é que, com isso, perdemos monitorias, palestras e confraternizações fora do nosso horário”, lamenta o universitário.
Até mesmo o rendimento chega a ser prejudicado por uma jornada tão exaustiva. “Certamente a gente rende menos do que poderia, por uma questão física mesmo. Bate o sono e você não consegue parar de bocejar. Mas é o que temos de enfrentar”, afirma o estudante de ciências da computação Frederico Ávila, de 22.
Há nove anos nesse trajeto, o motorista José Mariano Pimenta, de 51, conta que a irresponsabilidade de muitos condutores que trafegam à noite é pior do que a falta de condições em alguns trechos de estrada, sobretudo na MG-424. “Tem muita carreta que roda nesse horário querendo fazer render a viagem, e por isso acelera demais, ultrapassa a gente em faixa contínua e depois tenta voltar para a estrada espremendo quem está do lado. Não é fácil, não”, considera.
De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), o transporte irregular de passageiros, “seja ele realizado por qualquer modalidade de veículos, não é tolerado pelo governo de Minas Gerais”, que tem intensificado as ações de fiscalização no estado. “Elas (as fiscalizações) são realizadas em pontos diversificados e horários aleatórios, para que sejam evitadas as rotas de fuga. A fiscalização age na Região Metropolitana de BH em parceria com a Polícia Militar e, no interior, com as polícias rodoviárias Estadual e Federal”, informou o departamento, por meio de nota.
Ainda de acordo com o DER-MG, não há números específicos sobre o transporte universitário, mas, em 2015, aproximadamente 100 mil veículos foram abordados em mais de 7.200 ações de fiscalização, sendo que 8,5 mil veículos ficaram retidos e 1,8 mil passageiros tiveram de desembarcar no meio de seus percursos. Até o dia 31 de maio deste ano, foram abordados cerca de 35 mil veículos, em mais de 1.700 ações de fiscalização em todo o estado, com 2.700 veículos retidos e o transbordo de 862 pessoas, segundo o DER.