(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Motoristas regularizados denunciam clandestinos no transporte universitário

Especialista diz que aqueles que não têm autorização para o serviço também não têm compromisso com estudantes, aumentando o perigo


postado em 20/06/2016 06:00 / atualizado em 20/06/2016 07:45

Quem faz o serviço de forma regularizada denuncia aqueles que são cladestinos(foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS)
Quem faz o serviço de forma regularizada denuncia aqueles que são cladestinos (foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS)
Em uma faculdade da Região Centro-Sul de Belo Horizonte, a reportagem do Estado de Minas encontrou 13 vans estacionadas na última semana e os motoristas de oito delas, que têm permissão do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais para o transporte universitário, apontaram outras cinco que o fazem sem licença.

“É uma covardia. A gente paga R$ 600 ao DER-MG para ficar regular, gasta R$ 2 mil de combustível por mês e compra um jogo novo de pneus por ano. Cobro R$ 430 por aluno. O clandestino vem de pneu careca, sem cinto de segurança e cobra R$ 400. Por causa de R$ 30 estou perdendo meus clientes para o perigo”, alertou um dos condutores legais, que já estuda até comprar um micro-ônibus para atender a mais pessoas e assim tentar diluir os custos e se tornar competitivo ante os piratas.

Uma estudante de 22 anos, de uma universidade da Região Noroeste da capital, desceu com outros quatro alunos de uma van que não tem licença, também na semana passada, vinda de Contagem. “O motorista negociou com meu pai e disse que o carro era de uma empresa de turismo. A gente conferiu e era mesmo. Se ele pode fazer viagens entre cidades, não acho que tenha problema trazer a gente para estudar por um preço mais em conta”, disse a aluna do curso de história.

A questão é que, sem a autorização, os motoristas não estão sujeitos a qualquer tipo de controle. “Os clandestinos podem levar mais gente do que cabe nas vans, parar de noite no meio da rodovia para levar gente que quer pagar por fora... Ou seja, não têm qualquer compromisso com os alunos”, afirma o mestre em engenharia de transportes Márcio Aguiar, professor da Universidade Fumec.

Outro grande problema dos clandestinos, segundo Aguiar, é a exposição a perigos pela falta de fiscalização. “Não há uma fiscalização efetiva que iniba essa ação. Por isso há tantas vans fazendo esse transporte com pneus carecas, sem cintos de segurança e com motoristas que não são profissionais”, disse. O especialista alerta também para a falta de informações que se reflete em um planejamento estratégico menos eficiente do DER-MG.

O órgão responsável pela fiscalização admite que não consegue diferenciar a quantidade de veículos e passageiros do transporte universitário de outras vans e ônibus de transporte contínuo – que fazem serviços para empresas, por exemplo. Informou apenas que, entre janeiro e maio deste ano, forneceu 2.500 autorizações para transporte contínuo de estudantes, mas que um mesmo veículo pode ter mais de uma.

“Sem essas informações, como planejar uma fiscalização eficiente?”, indaga o professor. Ludibriar a ação dos fiscais, quando ela existe, também não é difícil. “Os piratas têm grupos de WhatsApp e, quando um cai na fiscalização ou passa por ela sem ser parado, denuncia para os colegas, que começam a desviar das barreiras”, conta um dos motoristas credenciados.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)