A intervenção criará no local a chamada Via 590, que vai passar de nove metros de largura para 21 metros, aumentando o espaço para circulação de veículos e possibilitando a criação de uma ciclovia na avenida, além da construção de passeios e de um canteiro central, com novo projeto de iluminação. Pela via passam hoje milhares de motoristas, principalmente da Região Leste, que precisam chegar ao Anel para acessar a saída para a BR-381 em direção a destinos como o Vale do Rio Doce e o Espírito Santo.
A ligação representa um gargalo estrutural, já que não tem condições de receber volume considerável de veículos. Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, o projeto custou R$ 500 mil e as obras estão orçadas em R$ 15 milhões, com financiamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). A expectativa é de que a licitação seja lançada ainda na atual gestão do prefeito Marcio Lacerda (PSB), no fim do segundo semestre, mas as obras só devem começar no ano que vem, quando outro prefeito estiver à frente da cidade após oito anos da administração Lacerda.
De uma faixa em cada direção, o projeto prevê a ampliação da capacidade da via para duas faixas por sentido, sendo que cada uma terá 3,5 metros de largura. Os passeios terão 1,5 metro de largura de cada lado e a avenida também terá uma ciclovia bidirecional de 2,5 metros, percorrendo a totalidade dos dois quilômetros de extensão.
INSEGURANÇA Dono de uma farmácia na avenida, Davi do Carmo Cruz, de 36 anos, diz que a obra é urgente e já deveria ter acontecido, já que muitos trechos da via não contam nem mesmo com calçada para circulação de pedestres em segurança. “Essa avenida é muito antiga e fica extremamente carregada nos horários de pico. Não tem uma boa sinalização e os pedestres têm muita dificuldade”, afirma o comerciante. Ele acredita que a reforma poderia, inclusive, melhorar o movimento do comércio, criando condições para as pessoas circularem e visitarem os estabelecimentos sem o risco do conflito com os carros.
O superintendente da Sudecap, Humberto Abreu, concorda com a falta de segurança atual, especialmente para pedestres, e diz que a obra vai disciplinar a circulação no local e dar nova cara à região. “A segurança para os pedestres ali é muito baixa. Teremos também baias para entrada dos ônibus para pegar os passageiros, o que também não existe hoje”, diz o superintendente.
Ainda segundo Abreu, com a conclusão da Via 710, que está em andamento, perto da nova avenida, os moradores da capital terão um acesso mais fácil à BR-381 em direção ao Vale do Rio Doce e também em direção às praias do Espírito Santo. Quando as duas obras estiverem prontas, os condutores poderão pegar a Avenida dos Andradas, Via 710, José Cândido da Silveira e Via 590 para chegar até o fim do Anel Rodoviário e acessar a 381, caminho que hoje é feito somente por ruas estreitas das regiões Leste e Nordeste, passando por bairros como São Geraldo, Santa Inês, Fernão Dias e São Paulo. “Com a nova obra, também vamos deixar configurado o encaixe com o Anel Rodoviário, para que não exista a necessidade de refazer a obra quando a requalificação completa do Anel for definida”, completa Humberto Abreu.
Enquanto isso...
...Desapropriações atrasam a Via 710
Uma obra de grande porte está em andamento na Região Nordeste bem perto da nova Via 590. É a Via 710, importante corredor que vai conectar as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado sem a necessidade de passar pelo Centro de Belo Horizonte. Prevista para a Copa do Mundo, a Via 710 sofreu vários atrasos em virtude da dificuldade encontrada pela Prefeitura de BH para fazer as desapropriações necessárias. Nova previsão dava conta de que o corredor seria concluído até dezembro deste ano, porém, mais uma vez as pendências judiciais ligadas à remoção de famílias atrasaram os trabalhos. Segundo a expectativa atual, até dezembro será concluído o trecho entre as avenidas Cristiano Machado e José Cândido da Silveira, na Região Nordeste.