Motoristas de duas carretas carregadas de cigarros e seguranças que faziam a escolta dos veículos passaram mais de três horas como reféns de criminosos fortemente armados após ataque da quadrilha ao comboio, na BR-262, em Ibiá, Alto Paranaíba, nesta quarta-feira. Segundo a Polícia Militar, pelo menos oito carros cercaram os veículos e roubaram os produtos de um dos veículos de carga, assim como as três armas dos vigias, entre elas uma escopeta. Os cinco funcionários que faziam o transporte do material foram deixados pelos assaltantes a 156 quilômetros do local da abordagem.
A escolta do carregamento era feita por três seguranças, que, assim como os dois motoristas, foram feitos reféns e colocados nos veículos usados pela quadrilha. Os condutores foram liberados em Serra do Salitre, que fica 66,4 quilômetros de Ibiá, e os vigias, em Iguatama, distante 156 quilômetros. “Nenhum deles sofreu ferimentos. O grupo informou a eles que queria apenas a carga”, comentou o soldado.
Segundo a PM, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Araxá conseguiu prender um grupo de pessoas na BR-262 portando armas com numeraçãon raspada, mas ainda não há informações os presos tem relação com o assalto. O crime impressionou até mesmo os policiais. “Essa foi a primeira vez que acontece aqui na cidade. Assusta, principalmente por causa do horário e pela quantidade de pessoas envolvidas. Mostra a ousadia dos criminosos, que fizeram a ação mesmo com a escolta armada”, disse Pereira.
O inquérito foi aberto na tarde desta quarta-feira pelo delegado Vinícius Ramalho, da delegacia de Ibiá. Segundo ele, roubos de cargas são comuns na região. “Infelizmente, por causa da posição geográfica da cidade, que faz confluência entre várias rodovias estaduais e a BR-262, temos muitas ocorrências dessa natureza, mas não especificamente com cargas de cigarros”, afirma.
Em nota, a Souza Cruz, responsável pela carga, informou que os funcionários rendidos passam bem. A empresa criticou a falta de rigor das leis diante desse tipo de crime. “Reforçamos que roubo de carga é uma questão de segurança pública e um desafio para o Estado brasileiro, que afeta empresas que transportam suas mercadorias pelas vias públicas no país. A Souza Cruz investe significativamente em segurança e treinamento para seus colaboradores e apoia prioridades para a solução desta questão, como agravamento penal do roubo e receptação de carga, suspensão do CNPJ das empresas envolvidas na receptação e criminalização do uso de bloqueadores de sinal. Em situações como essa, porém, a prioridade da empresa é dar todo o suporte aos seus colaboradores”, informou.
(RG)