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Estado de Minas

Corpo de alemão que morreu em Lagoa Santa está há mais de um ano no IML

Idoso de 85 anos se afogou na piscina de casa em março de 2015. Desde então, família tenta conseguir documento para liberar o corpo para cremação


postado em 23/06/2016 10:08 / atualizado em 13/09/2017 16:43

Em 30 de março de 2015, o alemão H.L, de 85 anos, morreu afogado na piscina da casa onde morava com a família, em Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A intenção dos parentes era realizar a cremação, conforme sua tradição. No entanto, por questões judiciais, o corpo está há mais de um ano no Instituto Médico Legal (IML) da capital e a família segue em uma batalha para tentar liberá-lo.

H. morava com a esposa, o filho e a nora na cidade mineira, e estava há cerca de 10 anos no Brasil. A intenção da família, segundo o advogado Wagner Dias Ferreira, que assumiu a defesa em julho do ano passado, era realizar o velório em Santa Luzia. “O cemitério crematório pediu uma autorização judicial porque, como não foi morte natural por doença, precisavam da autorização. Aí começou o martírio, porque até hoje não conseguiram”, explica.

O representante detalha que em 16 de julho do ano passado chegou à Comarca de Lagoa Santa o pedido de alvará para cremação do corpo, vindo da Comarca de Santa Luzia, onde ele foi apresentado originalmente. Em outubro do mesmo ano, conforme Ferreira, após o cumprimento de diligências pela família, requisitadas pela Justiça, a promotora lotada na 2ª vara Cível da Comarca de Lagoa Santa pediu a interrupção do andamento do processo até a conclusão de um inquérito policial, que foi pedido na mesma data.

O caso foi investigado pelo delegado Almir Cesário. “O Ministério Público encaminhou pra gente a requisição e abrimos inquérito para comprovação da circunstância da morte e pediu que fosse formatado laudo de complementação. Essa parte está toda resolvida. Foi encaminhado para a Justiça”, explica o delegado de Lagoa Santa. “ É claro que não houve indiciamento de ninguém. Estava brincando com um cachorro na beirada da piscina, não sabia nadar, ele caiu da piscina e causa da morte foi afogamento”, diz.

Almir Cesário diz que a Polícia Civil realizou todos os procedimentos e confeccionou todos os laudos solicitados pela Justiça para viabilizar a cremação. Segundo ele, é normal que o judiciário solicite uma apuração para permitir a cremação do corpo, procedimento que torna inviável algum exame posterior. “Não teve nenhuma dúvida que foi acidental. Não há indiciamento. Instauramos o inquérito pela formalidade, foram ouvidas pessoas e juntadas as peças necessárias, e não há nada que indique participação de quem quer que seja no que diz respeito a um possível crime”, afirma.

LAUDOS
O advogado da família diz que em 6 de maio deste ano, a promotora de Justiça produziu nos autos uma manifestação insistindo em um exame complementar do corpo. A família procurou a delegacia e o IML, e o laudo solicitado pela promotora foi acrescentado aos autos. No entanto, Wagner Dias Ferreira afirma em 31 de maio a promotora solicitou novamente o documento que já estava disponível nos autos.

A Polícia Civil, por meio de sua assessoria de imprensa, alega que todos os laudos já foram entregues ao Ministério Público, sem pendências. Conforme a corporação, foram feitos três exames sobre o caso: a necrópsia, em 20 de abril de 2015, o anatomo-patológico (toxicológico), em 19 de abril de 2015, e o terceiro, uma necrópsia complementar, que ficou pronta em 9 de junho deste ano.

A assessoria de imprensa do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que no último dia 8, a promotora Mirella Giovanetti Vieira – que está há pouco tempo no caso, segundo o órgão – se manifestou pela entrega dos laudos toxicológicos para, a partir daí, dar um parecer final pela questão.

Ainda segundo o MP, a assessoria jurídica informou, nessa quarta-feira, que o processo chegou pela última vez à promotoria no dia 30 de maio e saiu de lá em 3 de junho. O último exame, de necrópsia complementar, que a Polícia Civil afirma ter remetido no dia 9, ainda não chegou e não está anexado aos autos.


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