A série de assaltos contra vans escolares em Belo Horizonte parece não ter fim.
Desta vez, o crime foi no Bairro Santa Cruz. Por volta das 6h, o motorista Júlio César Silva, de 42 anos, que realiza o serviço escolar há cinco anos, embarcou um aluno na Avenida José Cleto, próximo ao Anel Rodoviário.
Segundo o motorista, o suspeito, com tranquilidade, abriu a porta da van, entrou e começou a recolher os celulares dos alunos. “Nesse horário, muitos estavam com os celulares nas mãos. O homem pediu e os estudantes entregaram. Foram seis aparelhos levados”, disse. “Alguns ficaram com medo, mas a violência está tão grande que a grande parte nem ficou apavorada”, completou.
Depois de pegar os celulares, o homem voltou para a garupa da moto e, com o comparsa, fugiu em alta velocidade. Para Júlio, os altos custos dos celulares podem ser um atrativo para os criminosos. “Eles só querem os celulares, pois sabem que alguns chegam a custar até R$ 3 mil”, comentou.
A sequência de assaltos vem preocupando os motoristas. Para Júlio, falta policiamento na região, pois faz o trajeto todos os dias e diz que não vê viaturas. Depois de ser vítima dos criminosos, vai tentar medidas de segurança. “Estou comprando duas câmeras para colocar no vidro frontal e outra na parte traseira da van. A intenção é tentar filmar os rostos dos assaltantes e as placas dos veículos. É só isso que posso fazer, porque meu medo é reagir, o cara atirar e acertar um aluno”, desabafou.
Violência motiva encontro com a PM
Nos últimos sete dias, casos de assaltos a vans escolares aumentaram em BH. Foram quatro ocorrências, contando com a de hoje. Em todas, os ataques foram semelhantes. Os crimes aconteceram nos Bairros Nazaré, Acaiaca e União.
Para tentar conter a onda de assaltos a vans, a Polícia Militar (PM) vai mudar o modelo de policiamento na capital mineira. “O fato começou agora, não tínhamos essa modalidade de crime. Quando aperta um cerco de um lado, acabam migrando para outras modalidades criminosos. Mas, a PM já está debruçada neste processo e já reorientou o modelo de policiamento para ter um foco neste tipo de delito”, afirma o capitão Flávio Santiago, chefe da assessoria de imprensa da PM. Neste modelo, policiais do patrulhamento escolar vão reforçar as ações. Além disso, sindicatos, associações de pais e escolas serão chamados para montar uma rede de proteção. “Orientamos que esses segmentos procurem a PM para ter essa rede protetiva”, afirmou o capitão. (Com informações de Cristiane Silva)
RB
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