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Estado de Minas

Mais uma van escolar é assaltada em Belo Horizonte

Veículo foi abordado por dois homens em uma moto quando passava pelo Bairro Santa Cruz, na Região Nordeste. Ao menos outros três casos foram registrados em sete dias


postado em 23/06/2016 16:37 / atualizado em 23/06/2016 21:53

A série de assaltos contra vans escolares em Belo Horizonte parece não ter fim. Mais um caso foi registrado nesta quinta-feira no Bairro Santa Cruz, na Região Nordeste. Dois homens em uma moto mandaram o motorista parar e roubaram seis celulares de adolescentes, entre 14 e 17 anos, que seguiam para a aula. Os criminosos fugiram e não foram encontrados. Já foram registrados ao menos outros três crimes semelhantes em sete dias. O ataque de hoje aconteceu aproximadamente 12 horas depois de uma reunião em que a Polícia Militar (PM) prometeu ao Sindicato dos Transportadores Escolares da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Sintesc) reforço no patrulhamento.

Desta vez, o crime foi no Bairro Santa Cruz. Por volta das 6h, o motorista Júlio César Silva, de 42 anos, que realiza o serviço escolar há cinco anos, embarcou um aluno na Avenida José Cleto, próximo ao Anel Rodoviário. Mesmo pegando um trajeto que faz todos os dias para uma escola na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, acabou surpreendido. “Desci por uma rua um pouco erma, que tem um quebra-molas. Quando fui passar, um motoqueiro veio rápido, quase caindo e mandou que eu encostasse, colocando um revólver na minha janela. Depois, mandou qu eu desligasse o veículo. O garupa desceu e fez os roubos”, afirma Júlio.

Segundo o motorista, o suspeito, com tranquilidade, abriu a porta da van, entrou e começou a recolher os celulares dos alunos. “Nesse horário, muitos estavam com os celulares nas mãos. O homem pediu e os estudantes entregaram. Foram seis aparelhos levados”, disse. “Alguns ficaram com medo, mas a violência está tão grande que a grande parte nem ficou apavorada”, completou.

Depois de pegar os celulares, o homem voltou para a garupa da moto e, com o comparsa, fugiu em alta velocidade. Para Júlio, os altos custos dos celulares podem ser um atrativo para os criminosos. “Eles só querem os celulares, pois sabem que alguns chegam a custar até R$ 3 mil”, comentou.

A sequência de assaltos vem preocupando os motoristas. Para Júlio, falta policiamento na região, pois faz o trajeto todos os dias e diz que não vê viaturas. Depois de ser vítima dos criminosos, vai tentar medidas de segurança. “Estou comprando duas câmeras para colocar no vidro frontal e outra na parte traseira da van. A intenção é tentar filmar os rostos dos assaltantes e as placas dos veículos. É só isso que posso fazer, porque meu medo é reagir, o cara atirar e acertar um aluno”, desabafou.

Violência motiva encontro com a PM

Nos últimos sete dias, casos de assaltos a vans escolares aumentaram em BH. Foram quatro ocorrências, contando com a de hoje. Em todas, os ataques foram semelhantes. Os crimes aconteceram nos Bairros Nazaré, Acaiaca e União. Por causa do crescimento dos casos, o Sintesc se encontrou com a PM para solicitar medidas de segurança. “A Polícia Militar colheu informações, características, modus operandi dos assaltantes”, diz o presidente do Sintesc, Carlos Eduardo Campos. “A polícia se comprometeu a aumentar o efetivo nas regiões e também passou orientações comportamentais”, explica. Uma nova reunião foi marcada para sábado.

Para tentar conter a onda de assaltos a vans, a Polícia Militar (PM) vai mudar o modelo de policiamento na capital mineira. “O fato começou agora, não tínhamos essa modalidade de crime. Quando aperta um cerco de um lado, acabam migrando para outras modalidades criminosos. Mas, a PM já está debruçada neste processo e já reorientou o modelo de policiamento para ter um foco neste tipo de delito”, afirma o capitão Flávio Santiago, chefe da assessoria de imprensa da PM. Neste modelo, policiais do patrulhamento escolar vão reforçar as ações. Além disso, sindicatos, associações de pais e escolas serão chamados para montar uma rede de proteção. “Orientamos que esses segmentos procurem a PM para ter essa rede protetiva”, afirmou o capitão. (Com informações de Cristiane Silva)

 

RB


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