Uma rede de proteção, nos moldes do programa de vizinhos protegidos da Polícia Militar (PM), foi criado para ajudar a impedir assaltos contra vans e ônibus escolares em Belo Horizonte. Ao menos quatro crimes foram registrados na capital mineira em apenas sete dias.
Motoristas do serviço se encontraram nesta terça-feira com policiais militares no 16º Batalhão, no Bairro Santa Tereza, Região Leste, onde receberam dicas de segurança. Um aplicativo que vai permitir que os pais vejam onde estão as vans durante o trajeto também foi adotado pelo Sindicato dos Transportadores Escolares da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Sintesc).
A proteção para as vans vai funcionar por meio de um aplicativo no celular. Os motoristas serão cadastrados no grupo criado por um oficial da PM da área onde o veículo circula. Nele, vai poder passar informações sobre suspeitos ou crimes. “Essa é uma das medidas protetivas que foram implantadas. Ela vai facilitar a troca de informações e a prevenção. No caso de assalto, vai nos proporcionar uma ação mais imediata”, explicou o tenente-coronel Marcelo Pinheiro, comandante do 16º Batalhão da PM.
Já o outro aplicativo recomendado pelo Sintesc visa a tentar evitar que pais e crianças fiquem aguardando a van diante de casa. O programa vai possibilitar ver onde está o veículo. “O lançamento foi antecipado, por causa dos crimes das últimas semanas. O programa será gratuito e vai permitir que o pai, por meio do celular, possa identificar onde a van está. No futuro, também vai funcionar como banco de dados e consulta de escolares”, afirma Carlos Eduardo Campos, presidente do sindicato.
O encontro desta terça-feira reuniu mais de 50 motoristas de vans. Eles foram orientados sobre como se comportar no momento dos crimes e receberam dicas para evitá-los. “Foram dadas dicas de o que deve ser feito ou não no momento das abordagens dos criminosos. Alguns pontos também serão mudados, como a adoção de boleto bancário como forma de pagamento e a retirada do wi-fi dos veículos, para evitar que os passageiros fiquem com o celular nas mãos durante a viagem”, diz Carlos Eduardo.
Um dos pontos orientados pela PM é relativo ao tempo que os veículos ficam parados na porta das casas a espera dos estudantes. “Orientamos evitar ficar muito tempo parado na frente dos imóveis. Notamos que há vans que ficam entre 15 a 20 minutos no mesmo lugar, e alguns locais ermos”, afirmou o comandante Marcelo Pinheiro. Segundo o Sintesc, a PM já está com imagens das câmeras de segurança que flagraram os roubos nas últimas semanas.
Série de crimes
Nas últimas duas semanas, ao menos quatro assaltos foram registrados em Belo Horizonte. O último deles foi na quinta-feira no Bairro Santa Cruz, na Região Nordeste. Dois homens em uma moto mandaram o motorista parar e roubaram seis celulares de adolescentes de 14 a 17 anos, que seguiam para a aula. Os criminosos fugiram e não foram encontrados. Os outros roubos ocorreram de maneira semelhantes, nos Bairros Nazaré, Acaiaca e União, na mesma região.
(RG)