Kênia resistiu ao veneno e o casamento aconteceu com bufê precário, em 10 de janeiro de 2009. Nesta semana, uma decisão da Justiça reacendeu as lembranças do dia sonhado pela pedagoga como um dos mais felizes da sua vida, mas que acabou virando um pesadelo. A Justiça condenou a ex-funcionária de um bufê de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a pagar R$ 100 mil de indenização a Kênia. A acusada foi condenada a 10 anos de prisão por tentativa de homicídio, recorreu da sentença e a pena foi reduzida para seis anos. Atualmente, ela está presa em regime semiaberto.
“A minha história está tendo desdobramento até hoje. Não é fácil.
A pedagoga conta que ela é a única filha dos seus pais, que tem um irmão, e que a sua cerimônia de casamento foi idealizada por toda a família. “Quando chegou o dia, que foi tão sonhado, planejado e organizado, uma pessoa atravessou a nossa história e destruiu um sonho. Eu pensei nos mínimos detalhes, planejei um dia inesquecível para os meus pais e os pais do meu noivo e aconteceu uma situação trágica como essa”, disse a pedagoga.
Kênia disse não ter nenhum sentimento ruim em relação à mulher que tentou matá-la. “Peço a Deus por ela. É uma pessoa carente de Deus. O sentimento de ódio não faz bem a ninguém, mas quero que a Justiça seja feita, como tem sido feita”, disse ela. “Minha família é toda cristã e costuma falar que a igreja preparada para o meu casamento poderia ter sido para o meu velório”, completa.
Kênia conta que seu casamento foi planejado com muita antecedência e que tudo foi pago antes para que ela se sentisse tranquila quando chegasse o dia, sem se preocupar com dívidas. “Eu participei do dia da noiva que eu contratei e a pessoa que foi contratada para organizar a festa de casamento apareceu lá com os buquês das damas e o meu.
Uma das moças, segundo ela, teve convulsão. O caso foi levado à polícia e as vítimas foram submetidas a exames, assim como a bebida, que tinha uma substância denominada carbofuram, usada como veneno para ratos.
.