A família de Leonardo mora na capital e ele está na Turquia há um ano, onde está colegas brasileiros. O piloto tinha um voo às 0h05, horário de Istambul. O horário oficial de apresentação dele no local é uma hora antes do voo, mas os funcionários costumam chegar com duas horas de antecedência para realizar um procedimento. Em um dia normal, ele estaria no terminal por volta das 22h05. No entanto, na terça-feira ele decidiu chegar mais tarde para ajudar um amigo ao telefone. Eles conversavam pelo WhatsApp.
Depois da conversa, ele embarcou em um táxi e seguiu para o aeroporto. No meio do caminho, alguém ligou para o motorista e contou sobre o atentado. “O taxista recebeu um telefonema, não quis continuar e me largou no meio da avenida. Na entrada do aeroporto”, explica. “A única palavra que eu entendi era bomb (bomba, em inglês). Como não acreditei nele, fui andando até o terminal onde eu trabalho e chegando lá vi a cena toda”.
Leonardo descreve a situação que encontrou no aeroporto, pouco depois dos tiros e da explosão. “Um monte de corpos, muita gente morta. Vários caras do Exército, da polícia, muitas armas. Ambulâncias chegando, carros com sirene. Tudo destruído. É muito cheiro de explosivo”, diz.
Ainda no aeroporto ele avisou aos pais que estava bem. “Na mesma hora avisei. Meus pais ficaram sabendo antes de tudo mundo. Eles nem entenderam porque só escrevi 'está tudo bem comigo', e não disse mais nada. Eles não entenderam na hora. Demorou uns 10 minutos para sair na TV no Brasil, mas quando saiu eles já sabiam e não ficaram preocupados”, diz Leonardo.
Leonardo disse que nenhum colega brasileiro ficou ferido.